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Advogada no caso Carandiru diz que policiais foram 'heróis'

Ieda Ribeiro de Souza disse que o número de mortos não foi tão grande se comparado ao número de presos

O julgamento do Massacre do Carandiru teve durante a tarde de hoje (20) a explanação da Ieda Ribeiro de Souza, advogada de defesa dos 26 réus, policiais militares acusados de matar 15 presos que ocupavam o segundo pavimento do Pavilhão 9 do Carandiru. A advogada reafirmou que os PMs não podem ser condenados a partir de uma acusação genérica. %u201CContra acusação genérica, eu não tenho como me defender. Eu preciso que você me acuse de algo para eu me defender%u201D, disse. Para Ieda, os promotores precisam mostrar onde está a atuação de cada um dos policiais durante a ação na Casa de Detenção para possa haver punição. [SAIBAMAIS]A advogada criticou também que os 26 policiais militares estejam sendo acusados pelo morte de cada um dos 15 presos, que ocupavam o segundo pavimento. %u201CEu só posso concluir que o mesmo preso morreu 15 vezes%u201D, disse. Ieda disse, além disso, que é injusto julgar os 79 policiais militares, sendo que 330 entraram na Casa de Detenção naquele 2 de outubro de 1992. %u201C[No total], 330 PMs entraram, por que estou julgando só 79?%u201D. Segundo ela, essa escolha foi feita com base na declaração dos próprios policiais. Estão sendo acusados aqueles que admitiram ter atirado. %u201CEm que país sério o réu diz que não atirou e acabou? Isso é uma brincadeira de mau gosto ao Judiciário%u201D, disse a advogada. A advogada comentou também o fato de um número grande %u2013 111 detentos %u2013 ter morrido após a entrada da polícia. %u201CÉ um número grande, mas dentro de um macrossistema de mais de 7 mil presos. Isso nunca aconteceu eu nenhum outro lugar do mundo, porque não há outro lugar no mundo com uma população de presos como essa%u201D, disse ela. A expectativa é que a decisão dos jurados saia ainda na noite de hoje.

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