O registro oficial da morte de Alex Xavier relata que ele teria sido morto durante um tiroteio, mas investigação da comissão especial da Secretaria de Direitos Humanos revela que ele foi torturado e executado. Segundo o procurador da República Sérgio Suiama, caso a identidade da ossada seja confirmada, será possível prosseguir com uma investigação criminal para processar os responsáveis pelo homicídio e pela ocultação de cadáver, já que ele foi sepultado com nome falso.
;São dois objetivos aqui. O primeiro é dar uma resposta à a família que há 40 anos vem procurando [descobrir] onde estão os restos mortais de seu ente querido. E também dar uma resposta à sociedade em termos de justiça e responsabilização dos autores dos crimes de homicídio e ocultação de cadáver;, disse.
Os ossos coletados pelos peritos serão levados para o Instituto Nacional de Criminalística, onde o material genético será comparado com o de membros da família, inclusive o de Iuri Xavier, irmão de Alex, que também teve os restos mortais exumados hoje.
;Esse trabalho, por si só, é uma denúncia de que, enquanto não formos a fundo nesse problema, que é do Estado brasileiro, a ditadura ainda vai persistir. Saber e esclarecer o que aconteceu com Alex é limpar um pouco do que a ditadura deixou no Brasil;, disse o coordenador-geral da Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos, Gilles Gomes.
Alex Xavier, que militava na Ação Libertadora Nacional (ALN), é um dos 361 mortos e desaparecidos durante a ditadura, reconhecidos pela comissão especial da Secretaria de Direitos Humanos.