Cerca de 400 médicos vão nesta teça-feira (2/4) ao Senado Federal discutir com os congressistas temas que consideram os principais gargalos da saúde pública brasileira. Distribuição de médicos, revalidação de diploma e investimentos na saúde pública estão entre os assuntos a serem tratados.
Para Carlos Vital, vice-presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), a cultura do meio médico atual faz com que os profissionais não confiem em contratos oferecidos por algumas prefeituras, mesmo com valores altos, o que dificulta a interiorização da saúde. ;O médico não tem confiança nesses vínculos superprecários, que são estabelecidos com essas prefeituras no interior do país e até mesmo em regiões metropolitanas;, conta o médico.
Em entrevista à Agência Brasil, Vital disse que não concorda com a alternativa estudada pelo governo de atrair médicos estrangeiros para atuar nos locais de difícil provimento. ;Pobre do país que precisa importar médicos para atender seus cidadãos. Alguma coisa está errada; avalia. Ele diz que o número de médicos no país é suficiente para suprir as necessidades. Apesar disso, aprova o Revalida, teste pelo qual os médicos formados no exterior passam para poder exercer a profissão no Brasil.
Segundo Vital, os cursos de medicina estão sendo abertos ;indiscriminadamente; e em 2025 vai haver número excessivo de médicos no país.
O representante do CFM citou ainda o que considera outro problema de saúde pública: ;[alguns] secretários municipais não têm a capacidade de fazer projetos para usar o dinheiro disponibilizado pelo governo;. Vital defende que o país precisa de uma Escola Nacional de Políticas do SUS, para que secretários de Saúde saibam como utilizar os serviços e recursos que o governo disponibiliza para as prefeituras.