O objetivo da agência reguladora é frear o consumo indiscriminado de remédios, que aumenta o risco de intoxicações. Especialistas são a favor de medidas mais rigorosas para o mercado de determinadas drogas, mas a discussão é complexa. Ampliar a lista para obrigar cada vez mais pacientes a mostrar a receita nas farmácias, por exemplo, pode representar uma demanda por consultas médicas que o sistema público de saúde não estaria preparado para atender.
Pílula só com receita
Entre os medicamentos que podem ter a venda controlada, com exig~encia da apresentação da receita médica, está a pílula anticoncepcional. O debate se acirrou, no fim de janeiro, depois que o órgão que regula o mercado de medicamentos e alimentos na França suspendeu a venda da pílula Diane 35 e seus genéricos. A droga teria sido responsável pela morte, nos últimos 25 anos, de quatro pessoas por trombose.
A bacharel em direito Marina Moreira Terra de Souza, de 27 anos, tomou a pílula anticoncepcional pela primeira vez aos 16 anos, para tratar uma disfunção conhecida como ovário policístico. ;Com um mês usando a pílula, comecei a sentir muita dor e minha perna inchou de uma hora para outra. Estava com trombose. O tratamento demorou bastante e eu nunca mais tomei o anticoncepcional.;