São Paulo - Dois dias antes de o pai completar três meses internado, Mauro da Silva Moraes, filho de Dominguinhos, disse que o quadro clínico do cantor é irreversível. ;A gente está orando todos os dias por um milagre, mas eu ouvi do médico que é um coma sem volta, e chega uma hora que a gente não vai mais aguentando;, desabafou, ao falar sobre estado de coma do Rei da Sanfona.
Mauro confirmou ter ouvido o parecer médico no último dia 25/2. Para o filho de Dominguinhos ;foi um milagre;, os médicos terem conseguido manter o quadro clínico estável. Segundo ele, foram normalizados os batimentos cardíacos, as funções do pulmão e dos rins. ;O problema é o neurológico;, apontou, demonstrando, no entanto, ter esperança porque para ;Deus nada é impossível;.
O mais recente boletim médico divulgado pelo Hospital Sírio-Libanês foi em 14/1. Informava que ;o paciente responde de forma satisfatória ao tratamento médico e apresenta melhora no padrão hemodinâmico e respiratório;. A assessoria de imprensa do hospital informou nesta sexta-feira (15/3) que novo boletim só será divulgado em caso de alteração do quadro.
O músico está internado em São Paulo desde 13 de janeiro, transferido do Hospital Santa Joana, em Recife, onde passava por tratamento desde o dia 17 de dezembro, do ano passado, após sofrer complicações decorrentes de um câncer de pulmão. Ele sofreu várias paradas cardíacas e foi hospitalizado com quadro de arritmia cardíaca e infecção respiratória.
Desde que Dominguinhos foi para São Paulo, Mauro Moraes deixou o Rio, a esposa e os quatro filhos, um dos quais tem o mesmo nome do avô e, como o músico, é torcedor do Botafogo. Foi acompanhar o tratamento do pai.
No último dia 12 de fevereiro, José Domingos de Moraes, Dominguinhos, o Rei da Sanfona, completou 72 anos, dos quais 33 com residência em São Paulo. Ele nasceu em Garanhuns, em Pernambuco, e passou mal poucos dias após ter-se apresentado no show em homenagem a outro grande músico, o Rei do Baião, Luiz Gonzaga. A apresentação foi no dia 13 de dezembro, na cidade pernambucana de Exú.
A figura carismática com jeito simples e sempre com um sorriso no rosto, Dominguinhos tem uma carreira de 50 anos e coleciona prêmios, entre eles o Prêmio da Música Brasileira, conquistado em 2008; o Prêmio Shell de Música, em 2010 com as composições De Volta pro Aconchego, Gostoso Demais e Tenho Sede, sendo que as duas primeiras são resultado da parceria com o também pernambucano, Nando Cordel.
Com talento reconhecido internacionalmente, o músico foi vencedor também do Grammy Latino com o CD Chegando de Mansinho. Um de seus grandes sucessos Eu só quero um xodó, de 1973, teve 250 regravações em vários idiomas entre os quais inglês, holandês e italiano.