Jornal Correio Braziliense

Brasil

Competição internacional abre mercado para estudantes de engenharia

Competição Baja SAE Brasil começa no dia 14 e tem inscritos 1,6 mil estudantes de engenharia de 68 instituições públicas e privadas de ensino de 17 estados brasileiros e do Distrito Federal

Rio de Janeiro - A Equipe Minerva Baja UFRJ 2, que reúne 22 estudantes de engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), vai participar da 19; Competição Baja SAE Brasil, que começa no dia 14, em Piracicaba (SP), e tem inscritos 1,6 mil estudantes de engenharia de 68 instituições públicas e privadas de ensino de 17 estados brasileiros e do Distrito Federal.

Introduzida no Brasil em 1994 pela Sociedade de Engenharia Automotiva (SAE Brasil), a competição foi criada na Universidade da Carolina do Sul, nos Estados Unidos, e teve sua primeira edição em 1976. O diretor técnico da competição, Rafael Serralvo Neto, disse à Agência Brasil, que essa edição ;é recorde em número de estudantes, de equipes e de instituições inscritas;. A edição deste ano tem 81 equipes inscritas.

O projeto é um desafio para os estudantes de engenharia que têm a chance de aplicar o que aprendem em sala de aula, aprofundando sua formação curricular, ao mesmo tempo em que se prepara para o mercado de trabalho. ;Eles procuram aprender a trabalhar em equipe e a desenvolver um veículo dentro de uma norma da SAE;, disse Serralvo. Os vencedores serão conhecidos no encerramento da etapa brasileira, no dia 17 deste mês. A competição tem patrocínio da Petrobras.



Para o capitão da Equipe Minerva Baja UFRJ 2, Matheus Vilche Berlandi, a competição representa uma oportunidade única para os futuros engenheiros do Brasil. ;É o melhor jeito de poder aplicar na prática o que vê em sala de aula. prática. A gente usa todos os conhecimentos que vai adquirindo na faculdade em um projeto bem real;. Os alunos participam de todas as etapas de desenvolvimento do protótipo automotivo, desde a elaboração do projeto, até a fabricação e os testes. A equipe desenvolveu dois carros para esta edição.

Berlandi, que é aluno de engenharia de materiais da UFRJ, destacou que essa é uma chance de integrar as várias áreas da engenharia. ;O projeto é, basicamente, de engenharia mecânica. Então eu levo bastante da minha engenharia para o projeto e aprendo muita coisa de mecânica também. É uma experiência fantástica;. O fato de o evento ser patrocinado por algumas empresas do ramo abre também para os alunos o mercado de trabalho. Outro aspecto que contribui para isso é que os juízes, em geral, são engenheiros dessas companhias.

As três equipes nacionais primeiras colocadas participam da edição americana, prevista este ano para o mês de junho. Os professores orientadores das equipes vencedoras também participam da corrida internacional. O diretor da SAE Brasil disse que a inscrição recorde ;é o reflexo do bom trabalho que foi feito durante esses anos e de eles [estudantes] reconhecerem que é um programa em que vale a pena investir e que dá retorno para os alunos;.

Berlandi informou que muitas montadoras instaladas nos Estados Unidos têm interesse de conhecer novos profissionais e precisam recrutar jovens engenheiros. Daí que existe a possibilidade de se estabelecer uma negociação direta com os os estudantes brasileiros que se destacarem. ;Não dá para afirmar se vai ter ou não (a negociação), mas isso acontece;.

Os veículos têm os projetos avaliados, bem como o seu desempenho. São levados em conta o nível de detalhes e o enriquecimento que os alunos conferem aos protótipos desenvolvidos. Para garantir que a potência de todos os carros seja a mesma e que não haja desigualdade entre os concorrentes, o motor é padronizado e não pode ser alterado. Rafael Serralvo Neto esclareceu que fora os requisitos da SAE Brasil, de segurança, tanto de fabricação como de pilotagem, todos os demais componentes e materiais usados nos veículos são livres.

A questão do meio ambiente - emissões de gases poluentes - e o consumo também são avaliados. ;Não é simplesmente o carro mais veloz que vai ganhar. Além de ele ir bem na corrida, tem que ir bem também no projeto;. Serralvo observou que, embora o motor dos veículos seja a gasolina, em atendimento ao padrão norte-americano, algumas equipes apresentam soluções em termos de energia renovável para a bateria e os freios, por exemplo, entre as quais o uso de energia solar.

Rômulo Cardoso Oliveira, da equipe SuperBaja Uerj, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), lamentou que as peças para o protótipo não tivessem chegado a tempo, o que inviabilizou a participação na competição deste ano. ;Teve um problema no carro, as peças não chegaram a tempo, a montagem não foi concluída. A gente não vai conseguir ir à competição;. A equipe SuperBaja Uerj é composta de 15 estudantes.