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Acusação já admite acordo para confissão de ex-goleiro Bruno

Promotoria diz que Bruno pode ter pena reduzida para 16 anos caso aceite assumir crime. Volta aos gramados poderia acontecer em 2016

A acusação estuda propor um acordo para o goleiro Bruno Fernandes contar tudo o que sabe sobre o sumiço e morte de Eliza Samúdio. Caso isso aconteça, o réu teria a pena diminuída. A estratégia já havia dado certo no primeiro julgamento do caso, quando Luiz Henrique Romão, o Macarrão, abriu o jogo e colocou toda a culpa do crime no amigo. Por causa da confissão, mesmo que parcial, conforme análise do Ministério Público, ele teve a pena reduzida de 15 para 12 anos de prisão.

Para o advogado José Arteiro, assistente de acusação do caso, se o goleiro aceitar o acordo, ele poderá estar de volta aos gramados até 2016. ;Com certeza se ele confessar estou apto e à disposição para melhorar a pena para ele voltar a jogar futebol daqui a dois, três anos. Agora, se mantiver a posição de querer empurrar a culpa para o Macarrão, pode ter certeza que vou fazer o contrato dele de 30 a 40 anos lá na Penitenciária Nelson Hungria;, afirma o defensor.

Durante a manhã, Bruno entrou no Fórum Pedro Aleixo, em Contagem, na Grande BH, e permaneceu quieto. Com uma bíblia nas mãos, chegou a chorar. Para Arteiro, o ex-atleta está sendo orientado pela defesa. ; É pura estratégia dele, porque antes estava chegando rindo, levantava a cabeça como um guerreiro. Ele achava que estava com tudo, mas agora recebeu nova orientação dos advogados para baixar a bola dele;, comenta.

Julgamento
Arteiro diz que a decisão da defesa do Bruno de dispensar todas as testemunhas arroladas não vai atrapalhar na decisão dos jurados. O assistente de acusação afirmou que a promotoria também não precisaria ouvi-las. ;Ouvir testemunhas em plenário é muito perigoso, eu nunca gostei disso, mas o promotor quer. Então seja feita a vontade dele;, afirmou.

Depois do intervalo, a juíza Marixa Fabiane Lopes, que preside o julgamento, começou a ouvir a primeira testemunha de acusação. Trata-se da delegada Ana Maria Santos, que comandou a fase inicial do inquérito da polícia sobre o desaparecimento e morte de Eliza.