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Consciência pesada fez primo de Bruno revelar esquema, diz delegada

A declaração da delegada foi direcionada ao promotor Henry Vasconcelos, que assumiu o interrogatório da testemunha

Jorge Luiz Rosa, primo do goleiro Bruno, decidiu revelar toda a trama porque estava com a consciência pesada. Segundo a delegada Ana Maria Santos, foi isso que o adolescente lhe confidenciou quando prestou depoimento no Centro de Internação Provisória de Contagem. Ele contou à investigadora que estava sendo atormentado por visões noturnas da cena do assassinato de Eliza Samudio. Ele teria revelado ainda que sentia muito medo e que precisava esclarecer os fatos para a polícia e para a Justiça.

A declaração da delegada foi direcionada ao promotor Henry Vasconcelos, que assumiu o interrogatório da testemunha. As primeiras perguntas dele foram em relação à Dayanne Rodrigues, mas o que desejava saber mesmo era sobre o primo do goleiro Bruno. Jorge, que à época era adolescente, é considerado a principal testemunha do sequestro e morte de Eliza Samudio e peça fundamental das investigações. Ele foi intimado a comparecer no Fórum de Contagem para prestar depoimento na condição de informante, mas frustrou a expectativa de todos e recusou se fazer presente.


Ana Maria afirmou que Jorge se demonstrou muito à vontade para narras os fatos, que em momento algum se demonstrou constrangido ou sob efeito de qualquer entorpecente. O menor contou a ela detalhes sobre a sua infância, destacou a desestrutura familiar em que viveu em Minas Gerais e esclareceu que uma briga na escola, somada à rigidez da avó, com quem morava, o obrigou a mudar para a casa da mãe no Rio de Janeiro. Lá, se envolveu com traficantes, com os quais contraiu uma dívida após perder para a polícia certa quantidade de drogas. Ameaçado pelos criminosos, foi abrigado pelo primo famoso à pedido da própria mãe.