Companheirismo ficou na tatuagem
A amizade entre Bruno e Macarrão, estampada nas costas do ex-braço direito do goleiro em forma de tatuagem, parece ter ficado no salão do júri do fórum de Contagem. Em seu primeiro ano na Nelson Hungria, o goleiro chegou a dividir a cela com o amigo. ;Depois, Macarrão foi levado para outro pavilhão e eles trocavam cartas, que eram levadas por parentes. Todo o conteúdo passava pelo crivo da administração;, disse Rui Pimenta, que foi advogado do goleiro durante um ano e três meses. Em novembro, o preso trocou de defensor quando foi mandado ao banco dos réus e seu júri foi adiado. Macarrão acabou condenado na mesma época, depois de admitir pela primeira vez que Eliza Samudio foi levada para a morte por influência de Bruno.
Mas as divergências entre os dois começaram antes mesmo do julgamento em que o ex-braço direito do goleiro foi condenado a 15 anos de reclusão. ;Antes eles eram amigos mesmo. Isso, a gente pode perceber nas cartas que eles trocavam na prisão. Mas, de uma hora para outra Macarrão discordou do posicionamento do Bruno e os dois começaram a ter desentendimentos, muitas vez por interferência das famílias deles;, disse Rui Pimenta. Lúcio Adolfo, atual defensor de Bruno, afirma que o cliente ficou muito decepcionado com a postura de Macarrão ao incriminar o ex-chefe e amigo. Mas hoje diz não saber como é o relacionamento dos dois, nem dos respectivos familiares.
Mulheres
Enquanto manteve contatos com Bruno na prisão, Rui Pimenta disse ter percebido que ele é tranquilo, principalmente em relação às mulheres com quem já conviveu ou vive. ;Tem as explosões dele de vez em quando, mas fica calmo rapidamente e volta a falar manso e baixinho, mas nunca irado;, afirmou Pimenta. A ex-mulher Dayanne, que estava presa na Penitenciária de Mulheres Estêvão Pinto e conseguiu o benefício de responder ao processo em liberdade, visitou o atleta por algumas vezes na Nelson Hungria. Depois se afastou, e parentes do goleiro passaram a levar as filhas do casal. ;Bruno sempre recebeu visitas da noiva Ingrid. Depois de um certo período, eles se casaram numa cerimônia religiosa dentro do presídio e a dentista passou a fazer visitas íntimas;, disse Pimenta.
A comida de Bruno é a mesma servida aos demais presos, mas o bom relacionamento dele com os detentos da cozinha garante regalias. ;É evidente que ele tem tratamento diferenciado. A comida chega quentinha, na hora que sai do fogo, e não vai em marmitex. Tanto é que ele suportou bem até hoje. As visitas também levam alimentos e material de higiene pessoal para ele;, disse Pimenta, ressaltando que Bruno não faz parte de nenhum grupo ou se envolve em movimento de presos. Por algum tempo, segundo o advogado, Bruno bateu uma ;pelada; com outros presos durante o banho de sol, na linha e no gol, mas depois parou.