Jornal Correio Braziliense

Brasil

As pessoas precisam denunciar, diz ministro, sobre tráfico de pessoas

Segundo José Eduardo Cardozo, as leis são muito desatualizadas, mas o principal problema no Brasil não é a falta de lei, é o fato de as pessoas não denunciarem

O governo federal lançou, nesta terça-feira (26/2), o segundo plano de enfrentamento ao tráfico de pessoas, para fortalecer as redes de atendimento a vítimas desse tipo de crime. Criar novas leis mais efetivas e fortalecer as políticas que já existem são os objetivos. Nesse segundo plano, profissionais da segurança pública e conselheiros tutelares (que lidam com tráfico de crianças e adolescentes) vão receber treinamento específico para identificar os casos.

A defensoria pública da União faz cerca de 500 atendimentos ao ano, relacionados ao tráfico de pessoas, segundo o Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. Ele anunciou que o governo trabalhará para que haja modificações que adequem a lei brasileira a esse crime. "Nossas leis são muito desatualizadas, mas o principal problema no Brasil não é a falta de lei, é o fato de as pessoas não denunciarem. Foi feliz coincidência que quando concluímos os trabalhos para o segundo plano tenha sido o momento em que o tema foi pautado pelos meios de comunicação", disse, referindo-se à temática abordada na novela Salve Jorge, da TV Globo.

A ministra Eleonora Menicucci, da Secretaria de Política para Mulheres afirmou, na mesma coletiva de imprensa, que o Disque 180, canal de denúncia contra violação a mulheres, deverá ser estendido a mais países até o fim do ano - Hoje o serviço funciona em Portugal, Espanha e Itália.

O segundo plano foi lançado pelo Ministério da Justiça, Secretaria de Direitos Humanos e Secretaria de Políticas para Mulheres. Atualmente, em todo o país, existem 13 postos de atendimento ao migrante, normalmente localizados em rodoviárias, aeroportos e fronteiras. Outros 16 núcleos estaduais completam o plano de enfrentamento ao tráfico de pessoas.