Brasil

Primo de Bruno tenta livrar goleiro e culpar Macarrão, mas se contradiz

Jorge Luiz Rosa, hoje maior de idade, não conseguiu livrar o ex-jogador do Flamengo da suspeita de ter articulado o assassinato de Eliza Samudio

postado em 25/02/2013 08:56
Mais uma reviravolta no caso Eliza Samudio, desta vez protagonizada por Jorge Luiz Rosa, primo do goleiro Bruno Fernandes. Depois de cumprir medida socioeducativa por dois anos e dois meses, ingressar no Programa de Proteção à Testemunha e deixar a proteção oficial, Jorge, que na época da morte de Eliza era menor, quebrou o silêncio e, em entrevista cheia de contradições, concedida nesse domingo (24/2) ao programa Fantástico, apontou Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, como mandante do crime, mas não conseguiu livrar o ex-capitão do Flamengo da suspeita de ter articulado o assassinato de Eliza.

O resultado de tantas controvérsias é que defesa e acusação querem que Jorge, dispensado do banco de testemunhas no julgamento de Macarrão, em novembro, seja convocado para depor no tribunal de júri de Bruno, marcado para 4 de março, em Contagem. O promotor Henry Wagner Vasconcelos de Castro acredita que, diante dos jurados, Jorge poderá, enfim, contar toda a verdade sobre a morte da ex-amante de Bruno.

Já o defensor do goleiro, o advogado Lúcio Adolfo da Silva, vê nas declarações do rapaz a chance de provar a inocência de seu cliente. Foi a primeira vez que o primo de Bruno, hoje com 19 anos, mostrou seu rosto na televisão. Nervoso e reticente, Jorge respondeu às perguntas procurando incriminar Macarrão, chegando a dizer que o braço direito de Bruno queria matar a dentista Ingrid Calheiros, na época uma das namoradas e hoje mulher do goleiro.

[SAIBAMAIS];Ele falou que tinha que matar a Ingrid porque ela não fazia bem para o Bruno. Eu precisava de dinheiro e pensei em fazer isso, mas depois desisti;, disse Jorge. Pelo serviço, Macarrão pagaria R$ 15 mil a Jorge. O rapaz contou detalhes do sequestro de Eliza, que foi retirada de um hotel no Rio num carro com Macarrão e com ele. Jorge revelou que os dois deram socos no rosto da mulher durante uma discussão.

Quanto aos dias que antecederam a morte da ex-amante do atleta, período em que ela ficou no sítio de Bruno, em Esmeraldas, Jorge, na primeira parte da entrevista, apontou Macarrão como o articulador e mandante do assassinato, dizendo que Bruno foi pego de surpresa e não sabia de nada.



Essa versão foi mantida quando Jorge narrou detalhes da noite em que Eliza foi morta,o que ocorreu em 10 de junho de 2010. Ele disse que a mulher foi colocada em um carro junto com o filho Bruninho, Macarrão e ele, com a desculpa de que seria levada para um hotel e receberia R$30 mil. Guiados por um motociclista, que Jorge não identificou, mas que a polícia suspeita ser o ex-policial José Lauriano de Assis, o Zezé, Macarrão levou o carro até uma casa, onde Eliza entrou com o filho e foi assassinada.

Neste ponto, a versão do menor contradiz totalmente o que Macarrão declarou em seu julgamento,em novembro. Na ocasião,o amigo e confidente de Bruno afirmou ter levado até um homem, na Região da Pampulha. Esse desconhecido desceu de um carro preto e fez Eliza embarcar no veículo. Depois disso, a mãe de Bruninho não foi mais vista. Jorge também alterou o que ele mesmo disse à Justiça,em 2010,quando revelou os primeiros detalhes do caso.

Na entrevista de ontem, ele negou ter visto um homem estrangular Eliza. Na nova versão, Jorge disse que Macarrão entrou com Eliza e Bruninho numa casa e depois de 30 ou 40 minutos, só Macarrão saiu. Já no carro, Macarrão lhe contou que Eliza havia sido estrangulada pelo desconhecido e que, depois de morta, teria sido chutada pelo próprio Macarrão. Quanto a Bruninho, Jorge afirmou que a criança só não foi assassinada porque o executor de Eliza se recusou a praticar o crime.

Medo e defesa

Jorge negou conhecer o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos,o Bola, que ele mesmo apontou como o assassino de Eliza. ;Bola, que Bola?;, chegou a perguntar à repórter, demonstrando todo o medo que sente do ex-policial. Também procurou defender Bruno, dizendo que o goleiro não sabia de nada e teria ficado desesperado quando Macarrão lhe contou como havia se livra do de Eliza. Depois, quando a entrevista já havia sido encerrada, Jorge voltou atrás e pediu para responder de novo a algumas perguntas. E em suas respostas não foi tão enfático na defesa que fez do primo. Ele afirmou que o primo não mandou matar, mas sabia que isso aconteceria. ;Não tinha como não desconfiar. Estava debaixo do nariz dele. Como Macarrão do jeito que gostava tanto dele, fazia qualquer coisa por ele, não desconfiar daquilo ali?Não mandou matar, mas...;

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