Detentos da Penitenciária de Pedro Leopoldo, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, fizeram uma rebelião na madrugada desta quarta-feira. Por volta de 0h15, um preso fingiu passar mal e quando agentes penitenciários foram atendê-lo outros quatro albergados dominaram os servidores e conseguiram rendê-los. As armas dos agentes foram roubadas e na confusão um deles acabou baleado no braço. A Polícia Militar (PM) foi acionada para controlar a situação e iniciar negociações para liberação de dois agentes penitenciários que ficaram sob o poder dos detentos por mais de sete horas.
A comandante da 3; Região de Polícia Militar, Coronel Cláudia Araújo Romualdo, coordenou a operação policial. Segundo ela, o motim começou durante um protesto dos albergados pela qualidade da alimentação na unidade prisional. Quarteirões no entorno do prédio ficaram isolados para a operação. Equipes do 36; Batalhão, Rotam, helicópteros da PM, Batalhão de Polícia de Eventos (BPE) e Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) controlam a situação na unidade prisional. Três quarteirões no entorno do prédio ficaram isolados para a operação.
Durante a madrugada, a negociação foi muito tensa. Armados, os detentos atiraram contra policiais e jogaram uma granada para o lado de fora do prédio. O tenente-coronel Marcelo Vladimir Corrêa, comandante do Gate, foi responsável pela negociação que culminou com a rendição dos presos por volta de 7h. Segundo a PM, os critérios técnicos da negociação não presaram pela rapidez, mas pela segurança dos reféns. Mesmo com um agente baleado e com o clima tenso dentro e fora da cadeia, a PM ficou satisfeita com o desfecho da operação no início da manhã.
Após a rendição, os presos foram retirados do presídio e colocados dentro de uma igreja vizinha ao prédio da cadeia. Cada um foi revistado e identificado. Segundo a coronel Romualdo, os cinco albergados que comandaram o motim já estão separados dos outros presos. Representantes da Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) vão se reunir com a PM e com a Polícia Civil para discutir o destinos dos presos.
Familiares dos presos acompanharam o desfecho da rebelião hoje na porta da cadeia. Por volta de 7h30, dois agentes reféns foram retirados de dentro da unidade e atendidos pelo Corpo de Bombeiros minutos depois da redição dos presos. A emoção tomou conta da porta do presídio no momento da libertação dos servidores que foram abraçados por outros colegas de profissão. O agente baleado já havia sido retirado durante a madrugada e encaminhado para o Hospital João XXIII. Os dois reféns que saíram pela manhã vão para o Pronto Atendimento de Pedro Leopoldo para avaliação médica. Todos passam bem, de acordo com a coronel Romualdo.
Segundo a comandante da operação, o próximo procedimento é contagem de presos. Durante as negociações havia informações de que dois conseguiram fugir da cadeia, mas ainda não há confirmação. A Polícia Civil vai apurar o que aconteceu dentro da cadeia ouvindo os presos ainda esta manhã. O atirador que feriu o agente penitenciário será identificado para registro de ocorrência na delegacia da cidade.
Betim
Os detentos do Centro de Remanejamento de Presos (Ceresp) de Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, iniciaram uma rebelião na noite de segunda-feira. De acordo com militares do 33; Batalhão, os presos de quatro galerias participaram do motim. Ao saberem do ocorrido, familiares dos internos foram até a porta da instituição e alguns protestaram. Os policiais foram acionados para dar apoio externo no local e, segundo a PM, a rebelião foi contida pelos próprios agentes do Comando de Operações Especiais (COPE) do sistema prisional.