Brasília ; Chega a 51 o número de pessoas presas pela Operação Calouro, deflagrada pela Polícia Federal (PF), na última quarta-feira (06), em vários estados do país. Na primeira fase das investigações, os trabalhos estiveram focados nos membros permanentes das quadrilhas suspeitas de fraudar vestibulares. A próxima etapa será identificar os alunos que teriam recorrido ao esquema criminoso para entrar na universidade. De acordo com a Polícia Federal, os alunos responderão a processo criminal.
O material apreendido continua em análise. A operação é centralizada no Espírito Santo, onde foi iniciada há um ano e meio, com a identificação de sete grupos. Em nota divulgada hoje (15), a polícia afirma que ainda não tem como precisar quantas pessoas foram beneficiadas pelo esquema.
Cada quadrilha tinha uma forma de cobrança, mas, no geral, o recebimento do dinheiro era após a aprovação no vestibular. Algumas quadrilhas cobravam valores adiantados, entre R$ 2 mil e R$ 5 mil reais. Estudantes pagaram até R$ 80 mil para ser beneficiados pela fraude.
Os líderes das quadrilhas, que agiam por meio de transmissão eletrônica dos gabaritos, chegavam a receber R$ 15 mil por aluno. Os corretores das questões dos vestibulares fraudados ficavam com R$ 10 mil e 30 mil por aluno.
Em outro tipo de ação dos fraudadores, por meio de substituição do vestibulando, os líderes das quadrilhas recebiam valores maiores por aluno, entre R$ 45 mil e 80 mil. Os chamados pilotos faziam as provas no lugar do candidato. Normalmente eram estudantes de medicina, de cursos preparatórios para vestibular e engenheiros.
As quadrilhas se concentravam nos estados de Goiás e de Minas Gerais e visavam as faculdades particulares. As universidades federais não eram alvo das quadrilhas devido a maior segurança nos processos seletivos.
Segundo a nota da PF, as fraudes atraíam jovens de famílias ricas, ;com pouquíssimo interesse em estudar ou em alcançar alguma coisa na vida com seu próprio mérito. Nesses casos, fica muito claro o apoio ou mesmo incentivo das famílias para que os alunos utilizem esse esquema para passarem no vestibular;.
O Ministério da Educação informou ter solicitado a íntegra do inquérito policial para fiscalização em todas as instituições apontadas.