A Justiça Federal determinou hoje (30) que três policiais rodoviários federais sejam afastados
preventivamente de suas funções no município de Campos dos Goytacazes, no norte fluminense, após
denúncia de corrupção por parte do Ministério Público Federal (MPF). Frederico dos Santos Otoni,
Mateus Sarmet Moreira e Roberto Marques de Souza são acusados de receber propina no valor de R$ 2
mil e cerca de 140 celulares contrabandeados durante uma fiscalização da Polícia Rodoviária Federal
(PRF) na BR-101 no dia 12 de setembro deste ano.
De acordo com informações do MPF, os
agentes abordaram um ônibus de turismo que transportava o material de forma ilegal e, ao invés de
fazerem a prisão em flagrante, pediram dinheiro e parte do produto que estava sendo conduzido de
maneira irregular para poder liberar o veículo. Os policiais foram afastados do cargo e tiveram suas
armas, algemas e os coletes recolhidos, além de estarem impossibilitados de acessar qualquer banco
de dados da PRF.
Segundo o procurador da República do município de Campos,
Eduardo Santos de Oliveira, que foi responsável pela denúncia, o fato de os acusados não terem mais
acesso ao sistema de dados da polícia rodoviária impede que eles possam, de alguma maneira,
interferir no processo.
"Eles ficam impedidos de saber quais pessoas irão depor em
juízo. Essas medidas protegem as testemunhas que estão participando da ação. Nós ainda pedimos,
junto à Justiça Federal, a condenação desses profissionais pelo crime de corrupção e acreditamos que
providências como essas tomadas pela procuradoria da República inibem outros profissionais que
talvez estivessem com o pensamento de infringir a lei do Estado", disse Santos.
A
investigação foi realizada pelo Grupo de Controle Externo da Atividade Policial do MPF junto com a
12; Superintendência da Polícia Rodoviária Federal. Os acusados têm um prazo de 15 dias para
responder por escrito à denúncia junto à Justiça Federal.