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Corpo de Joelmir Beting será cremado em cerimônia restrita à família



Antes mesmo de terminar o curso em 1962, ele já havia iniciado carreira em 1957, quando trabalhou em jornais como O Esporte e Diário Popular, ambos em São Paulo, como repórter de esportes. Trabalhou também na rádio Panamericana (atual Jovem Pan), Gazeta, Bandeirantes e CBN. Foi contratado em 1966 pela Folha de São Paulo para lançar a editoria de Automóveis. Dois anos depois lançou a editoria de Economia do mesmo jornal, inaugurando uma coluna diária a partir de 1970, que tratava de desmistificar a economia.

[SAIBAMAIS]Paralelamente à coluna na Folha, Joelmir passou, ainda em 1970, a participar de programas de rádio, na Jovem Pan, e de televisão, na Record, onde se tornaria conhecido do grande público, com suas participações nos telejornais da Rede Globo, onde permaneceu entre agosto de 1985 e julho de 2003.

Joelmir Beting mediou o primeiro debate entre candidatos a eleições, na Band, e a entrevista com os membros da equipe econômica de Fernando Collor em março de 1990, quando Paulo Henrique Amorim detalhou uma das principais medidas do Plano Collor, o confisco. A curiosa reação, de encarar câmera, arregalar os olhos e escancarar a boca, serviu de imagem para o Jornal do Brasil no dia seguinte, sob a manchete "A cara da nação".

Posso falar?

O jornalista causou polêmica em 2003 ao aceitar o convite do banco Bradesco para participar de uma campanha publicitária. Os jornais onde ele mantinha coluna consideraram a prática incompatível com a profissão e suspenderam a publicação de sua coluna diária. Em 4 de dezembro, ele publicou um artigo intitulado "Posso falar?", em que deu explicações acerca do episódio, afirmando que "o jornalismo não deveria se envergonhar da publicidade". Mesmo assim, a coluna continuou sendo distribuída pela Agência Estado, para cerca de trinta jornais, até janeiro de 2004, quando Beting resolveu suspendê-la, depois de 34 anos.

Desde o episódio até a morte, Joelmir se dedicou prioritariamente ao rádio e à televisão, além de uma agenda de palestrante e debatedor de assuntos macroeconômicos. Ele era casado com a jornalista Lucila Beting e pai do também jornalista Mauro Beting e do publicitário Gianfranco Beting.

Gol de placa


Destacado no jornalismo esportivo, Beting foi o criador da expressão ;gol de placa;. No dia 5 de março de 1961, em um jogo entre Fluminense e Santos, o repórter pediu ao jornal O Esporte a fixação de uma placa no Maracanã, que homenageasse um gol de Pelé contra o Tricolor. A partir daí, os demais jornalistas passaram a denominar dessa maneira cada belo gol feito por um jogador.