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Advogados tentam anular julgamento que condenou Macarrão e Fernanda

; Bárbara Ferreira



Mas ele explica que houve uma decisão judicial dizendo que os advogados dos co-réus poderiam participar do julgamento fazendo perguntas aos réus e testemunhas. A decisão também atribuiu aos co-réus e às suas defesas o direito de participar na seção do julgamento.;O que aconteceu foi que nós deixamos o plenário e para continuar o julgamento a juíza disse para o Bola que havia um defensor pronto para defendê-lo e ele não aceitou o advogado. Nesse caso, ela deveria ter nomeado alguém em ata, mesmo contra a vontade dele, para assisti-lo durante o julgamento de Macarrão, já que o tribunal determinou que a sua defesa tinha o direito de participar do julgamento de Macarrão e Fernanda;, explica o advogado.
O pedido de anulação está em análise. Ontem, até o fechamento desta edição, a assessoria do Tribunal de Justiça de Minas Gerais não havia dado resposta sobre o caso.

ALEGAÇÕES

Lúcio Adolfo da Silva, advogado do goleiro Bruno, avisou, antes mesmo da juíza Marixa Rodrigues ler a sentença para Luiz Henrique Romão, o Macarrão, e Fernanda Gomes Castro, que vai pedir a nulidade do processo. Ele alega que foi impedido de entrar na sala secreta, onde os jurados decretam a sentença.

O argumento usado pelo advogado é que foi autorizado a fazer perguntas à ré Fernanda na quinta-feira e por isso teria direito a entrar na sala secreta por interesse de seu cliente. O juiz Luiz Afonso Andrade, da 4; Vara Criminal de Contagem, explicou que somente os defensores dos réus condenados têm autonomia ou podem solicitar a nulidade do processo.

O novo defensor foi constituído para o goleiro Bruno na quarta-feira. A situação foi vista como uma manobra de defesa para o atleta ser julgado em outra data. A manobra deu certo. Logo que assumiu o caso, durante a audiência, Lúcio Adolfo, pediu para a juíza Marixa Rodrigues o desmembramento do processo, pois ainda não tem conhecimento dos autos. Pressentindo ser novamente um esquema dos defensores dos réus, o promotor Henry Vasconcelos pediu multa para os envolvidos, mas a juíza concedeu prazo para o advogado ler o processo e determinou a separação.

Bruno Fernandes, Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, e Dayanne dos Santos, que já haviam sido desmembrados do processo anteriormente, serão julgados em março.

RELEMBRE

- O julgamento começou na segunda-feira (19/11) com cinco réus ; o goleiro Bruno, seu amigo Macarrão, o ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, a ex-mulher de Bruno, Dayanne Souza, e a ex-namorada Fernanda Gomes de Castro ;, mas foi reduzido para dois.

- Bola foi excluído do júri logo no primeiro dia para apresentar novos advogados após a desistência de seus dois defensores, Ércio Quaresma e Zanone Oliveira.

- No segundo dia de julgamento, Bruno dispensou o advogado, Rui Pimenta, de sua defesa. A tentativa do goleiro de destituir também outro advogado, Francisco Simim, culminou no desmembramento do julgamento da ex-mulher de Bruno, Dayanne.

- Na quarta-feira, terceiro dia de julgamento, a defesa do goleiro usou um dispositivo legal para desmembrar a julgamento de Bruno, transferindo os poderes de defender o réu. Francisco Simin, dessa forma, passou o caso para Lúcio Rodolfo da Silva, que pediu um prazo para ler o processo. O novo julgamento foi remarcado para 4 de março de 2013.

- Na madrugada de quinta-feira, Macarrão incriminou Bruno pelo desaparecimento e morte de Eliza. Ele afirmou que o goleiro havia pedido que ele levasse Eliza até um ponto próximo da Toca da Raposa, na Pampulha, onde um homem a estaria esperando. "Eu estava pressentindo que ela iria morrer", disse.

- Na madrugada de sábado, Luiz Henrique Romão, o Macarrão, e Fernanda Gomes de Castro foram condenados. Macarrão pegou 15 anos de prisão por homicídio, sequestro e cárcere de Eliza Samudio. Fernanda levou cinco anos, em regime aberto, por sequestro e cárcere e Eliza e seu filho.


ADIAMENTO

Réus que tiveram o julgamento adiado

Bruno Fernandes da Dores de Souza
Acusação: homicídio triplamente qualificado, sequestro, cárcere privado e ocultação de cadáver
Julgamento: desmembrado porque Bruno apresentou novo advogado, que pediu prazo para análise
Nova data: 4 de março de 2013

Marcos Aparecido dos Santos, o Bola
Acusação: homicídio duplamente qualificado e ocultação de cadáver
Julgamento: desmembrado porque advogados de defesa abandonaram o Tribunal do Júri e o réu não aceitou defensor público
Nova data: 4 de março de 2013

Dayanne Rodrigues do Carmo
Acusação: sequestro e cárcere privado
Julgamento: desmembrado porque advogado dela também defende Bruno e teria dificuldade em fazer as duas defesas simultaneamente
Nova data: 4 de março de 2013