A Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara aprovou nesta semana três requerimentos para a realização de audiências públicas para discutir o aumento da violência em São Paulo. Apesar de ter índices decrescentes de homicídios há 11 anos, o estado assiste agora ao crescimento dos homicídios, sobretudo de policiais. Foram 90 policiais assassinados desde o início do ano.
Para o deputado Delegado Protógenes (PCdoB-SP), é preciso reforçar a ação coordenada que só nesta semana começou a ser implementada entre o governo federal e o estadual. "Sem uma ação concreta nos três níveis de poderes, de forma integrada, nós não vamos solucionar o problema de São Paulo", disse.
As autoridades paulistas acreditam que os homicídios têm sido ordenados pela organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). A organização já foi responsável por uma grande rebelião nos presídios paulistas em 2001 e por uma onda de violência em 2006. Hoje, acredita-se que a maior parte de seus líderes está presa, mas de dentro das prisões eles estariam ordenando os assassinatos.
Combate ao PCC
Para o especialista em segurança pública Guaracy Minguardi, é preciso tomar uma série de providências concomitantes para combater a violência. "Isolar as lideranças do PCC, impedir que o PCC continue dominando boa parte dos presídios paulistas. Você tem que ir atrás e tirar o dinheiro da organização."
O especialista defende ainda a formação de grupos de investigação que possam desvendar rapidamente os assassinatos de policiais e outro para os demais homicídios. Ele afirmou que é preciso tranquilizar os policiais e deixar claro que quem matar será perseguido e castigado.
Para o Delegado Protógenes, é preciso também que o Estado esteja presente nas comunidades onde o PCC atua porque é preciso ganhar a confiança da população. "Nas favelas de São Paulo, há um grande volume de pessoas que não têm carteira de identidade, não tem carteira de trabalho, crianças que não têm certidão de nascimento. Como é que o Estado vai querer respeito dessa população?;, questionou. ;O povo não acredita no Estado.;
Ainda não estão marcadas as datas das audiências públicas que vão discutir a violência em São Paulo.