O ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, vai sentar novamente nos bancos dos réus. Desta vez, ele participará de uma audiência de instrução, marcada para esta terça-feira no 1; Tribunal do Júri do Fórum Lafayette, em Belo Horizonte, sobre o caso da morte de Devanir Claudiano Alves, em que ele é acusado de ser o executor. O comerciante Antônio Osvaldo Bicalho, que seria o mandante do crime, também participará da oitiva.
De acordo com as investigações da Polícia Civil, o assassinato aconteceu na noite do dia 27 de julho de 2009, no Bairro Juliana, na Região Norte de Belo Horizonte. O crime foi na rua 2, próximo à casa da vítima, que estava acompanhada de sua filha. O comerciante Osvaldo Bicalho, que a exemplo de Bola é criador de cães de raça, teria descoberto que Devanir mantinha relações amorosas com sua mulher. Bicalho, então, teria combinado com o ex-policial a morte do rival, fazendo pagamento em armas e cães.
Ainda de acordo com as acusações, por ocasião do homicídio, a filha da vítima e uma testemunha, cujo nome não foi revelado, deram uma descrição do assassino semelhante às características físicas de Marcos Aparecido. Os dois contaram que Devanir Alves caminhava próximo à casa dele quando Marcos, que já via sido visto na cena do crime várias vezes, o chamou pelo nome. Ao olhar para trás e responder ao chamado, Devanir foi morto sem chance de defesa, com três tiros na cabeça.
Entre as provas técnicas, foi constatado que logo após a execução, Bola ligou para Antônio Bicalho. Com a prisão de Marcos Aparecido durante as investigações sobre o suposto desaparecimento e morte de Eliza Samudio, ex-namorada do goleiro Bruno Fernandes, a filha de Devanir e a testemunhas reconheceram as imagens dele na televisão como sendo as do assassino. Posteriormente foi feito o reconhecimento oficial.
Na audiência marcada para esta terça-feira, serão ouvidos oito testemunhas de acusação. O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) não soube dizer quantas pessoas arroladas pela defesa irão falar. A expectativa é de que os réus também prestem depoimento. A sessão está marcada para começar às 14h30.
Crimes de Bola
O ex-policial civil já foi indiciado por cinco homicídios. Além de Devanir e Eliza Samudio, ele responde pela morte de Roberto Novelo, assassinado em 2000 dentro de um carro em Contagem. Na última semana os desembargadores da 2; Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) mantiveram a pronúncia proferida pelo Tribunal do Júri de Contagem, que leva Bola para o júri popular.
Marcos Aparecido também responde, junto com três policiais civis, que ainda estão na ativa, do antigo Grupo de Resposta Especial (GRE), pela morte de dois ex-presidiários num sítio onde o grupo fazia treinamento. No caso do sumiço da Eliza e da execução dos dois ex-presidiários, Bola teria jogado os restos mortais das vítimas para cachorros comerem.