Rio de Janeiro - A Chevron recebeu novas multas de, no total, 35 milhões de reais (cerca de 17,5 milhões de dólares) pelo vazamento de mais de 3.000 barris de petróleo no oceano Atlântico, em novembro, informou nesta segunda-feira (17/9) a diretora geral da Agência Nacional de Petróleo (ANP, estatal), Magda Chambriard. Os 35 milhões de reais correspondem a 24 infrações que geraram multas de até dois milhões de reais cada uma, informou.
"Falta uma (multa a ser aplicada) que é relativa ao abandono do poço. O limite máximo é de 2 milhões de reais por lei" e esta pena será aplicada "nos próximos dois meses", disse Chambriard à imprensa, em coletiva na Rio Oil and Gas que acontece esta semana no Rio de Janeiro.
A empresa também pode ser multada em cerca de 100 mil reais adicionais (50.000 dólares) por "outros itens", acrescentou Chambriard. No total, as multas alcançariam um valor máximo de 37,1 milhões de reais. A Chevron ainda pode apelar do montante das multas aplicadas.
[SAIBAMAIS]O relatório final da ANP sobre o caso, divulgado em julho, diz que a Chevron foi negligente e poderia ter evitado o vazamento de petróleo no Campo Frade, 370 km a noroeste do Rio de Janeiro. A justiça brasileira ordenou em agosto à Chevron e à Transocean, uma das principais operadoras de sondas petrolíferas no mundo, que suspendessem suas operações de extração e transporte de petróleo no Brasil por causa do derrame.
Chambriard informou que o recomeço das operações "ainda está em análise" na justiça e adiantou que a ANP apelará da decisão "para não prejudicar a produção de petróleo no Brasil", informou a estatal Agência Brasil.
O Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama) já impôs em 2011 duas multas a Chevron por um valor total de 33,4 milhões de dólares por danos ambientais e falhas no plano de emergência aplicado durante o acidente.