Rio de Janeiro ; Funcionários da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) vão paralisar suas atividades a partir de segunda-feira (6/8). A decisão foi tomada em assembleia na quarta-feira (1/8). Desde junho, os trabalhadores da instituição vinham fazendo paralisações de 24 horas.
Nesta manhã (4/8), representantes do Sindicato dos Servidores de Ciência, Tecnologia, Produção e Inovação em Saúde Pública (Asfoc) reuniram-se com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, na sede da Fiocruz, no Rio de Janeiro, durante um evento público, e entregaram um documento com as reivindicação do grupo.
O presidente do sindicato, Paulo Garrido, argumentou que há três anos vem negociando com o Ministério do Planejamento e que desde então o salário dos funcionários sofreu desvalorização de 20%.
;Temos um acordo de março do ano passado com o governo determinando que até março de 2012 seria apresentada para os trabalhadores da Fiocruz uma proposta concreta na mesa. Na última reunião [semana passada], a Secretaria de Relações do Trabalho apresentou um diagnóstico um esboço, não uma proposta concreta;.
A greve permanecerá pelo menos até o dia 13, dia sinalizado pelo Ministério do Planejamento para a apresentação de uma proposta referente à pauta da categoria. Nesse mesmo dia, uma nova assembleia está marcada para decidir os rumos da greve.
O ministro da Saúde disse que vai conversar com a ministra do Planejamento, Miriam Belchior. ;Os trabalhadores têm seus mecanismos para lutar por aquilo que são seus direitos, pelas suas reivindicações e tenho plena convicção de que esse movimento não vai paralisar as atividades essenciais de assistência e de produção da Fiocruz;.
Além do aumento de salários, os grevistas querem a reestruturação do planos de carreiras, criação de uma data-base e a recomposição dos valores dos adicionais de insalubridade.
Os sindicalistas garantiram que as atividades de emergências dos hospitais e a produção de vacinas e medicamentos nas linhas já iniciadas não serão afetados pela greve.
Para o presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha, as reivindicações dos trabalhadores são legítimas e a conduta do sindicato tem sido madura. ;A carreira na Fiocruz teve ganhos muito significativos há cerca de três anos, mas ao mesmo tempo desde esse período não tivemos recuperação de perdas e ajustes, que são importantes;. Gadelha ponderou, no entanto, que a conjuntura adversa internacional e nacional leva o governo a ter cautela na negociação.
Vinculada ao Ministério da Saúde, a Fiocruz está instalada em 10 estados e possui um escritório em Maputo, capital de Moçambique, na África. Ao todo, são 16 unidades técnico-científicas, voltadas para ensino, pesquisa, inovação, assistência, desenvolvimento tecnológico e extensão no âmbito da saúde. Além da geração de conhecimento, a fundação produz vacinas, medicamentos à base de plantas, métodos de diagnóstico e monitoramento da saúde do trabalhador, e atua no aumento do número de patentes brasileiras e aprimoramento do sistema de saúde nacional.