Segundo Priscila Almeida, da Embrapa, a rede surgiu com a proposta de melhorar a cadeia produtiva, já que, no passado, a empresa tentou transferir tecnologia aos criadouros de rãs, mas não teve sucesso por causa de uma série de problemas.
Ela explica que os criadores, atualmente, não têm, por exemplo, uma produção constante. Com isso, existe a dificuldade de se investir em um maquinário que poderá ficar subaproveitado. Acredita-se, ainda, que grande parte dos criadores não tenha na ranicultura sua fonte de renda principal.
De acordo com Priscila Almeida, se a cadeia produtiva for mais organizada e os criadores tiverem um acesso mais facilitado a técnicos da Embrapa e de universidades, ficará mais fácil transferir tecnologia e ampliar a produção.
;Hoje, por exemplo, o que se aproveita é basicamente a coxa da rã, porque tem mais carne. O dorso [do animal], que representa grande parte do peso da rã, tem muita cartilagem e é descartado. A gente pegou esse dorso da rã e fez alguns produtos, como patês e carnes desfiadas, para que isso não seja jogado fora;, disse.
Entre as propostas da rede está a criação de um ambiente virtual e a realização de cursos periódicos, em que os criadores poderão mostrar as dificuldades, trocar experiências e conhecer novas técnicas. A Embrapa também pretende fazer um levantamento para conhecer melhor o setor e o perfil dos criadores.
A expectativa é que a rede funcione até 2015 e foque, principalmente, os estados do Rio de Janeiro, de São Paulo, de Minas Gerais, do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina e do Paraná, que concentram 91% dos mais de 150 estabelecimentos existentes no país.