São Paulo ; Integrantes de movimentos por moradia e moradores de imóveis ocupados na cidade de São Paulo fizeram nesta quarta-feira (11/7) uma marcha pelas ruas da região central da capital paulista contra a retirada das pessoas dessas ocupações. Durante a caminhada, os manifestantes passaram pelo Fórum João Mendes onde fizeram um ato e depois seguiram para a sede da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), onde participaram de reunião para protocolar uma pauta de reivindicações.
De acordo com o coordenador-geral da Frente de Luta por Moradia, Osmar Silva Borges, o ato que determina a desocupação não diz para onde serão levadas famílias retiradas dos imóveis. ;Só no centro são mais de 3 mil pessoas a serem retiradas das seis ocupações. Em uma delas, 600 famílias devem ser retiradas para a construção de um parque verde. Temos as famílias da Ocupação Mauá, cuja a reintegração de posse pode ocorrer no dia 16. A São João, a Ipiranga e duas na Rio Branco que também têm liminar. As duas da Rio Branco estão suspensas por enquanto;, disse.
;Agora se inicia um processo de mobilização por parte de todos esses que serão removidos, para pressionar o governo para que essas famílias não sejam simplesmente removidas e que seja providenciada moradia decente a elas;, destacou.
[SAIBAMAIS]O objetivo da marcha, segundo Borges, é o de denunciar o que classificou de descaso da Justiça e da CDHU que, na avaliação do movimento, deveria desapropriar os imóveis do centro que não têm função social. ;O Judiciário não acolhe os recursos que são apresentados em nome do movimento e não reconhece a legitimidade da luta para melhorar as condições de moradia das famílias pobres. A CDHU deveria transformar esses prédios do centro em moradia popular;.
A CDHU foi procurada pela reportagem para falar sobre as declarações do coordenador-geral da Frente de Luta por Moradia, mas até o fechamento da matéria não havia se manifestado.