A Polícia Civil vai ouvir na próxima quinta-feira (5/7) uma babá suspeita de ter agredido um bebê de três meses, que está internado há 20 dias no Hospital Mater Dei, em Belo Horizonte, com lesões no cérebro e com risco de ficar cego. A mulher já havia prestado depoimento na época em que a criança foi levada para a unidade de saúde. Porém, devido a algumas contradições, ela será interrogada novamente.
O delegado Geraldo Toledo, da Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente, não descarta pedir a prisão preventiva dela. ;Já ouvi a babá antes mas, no decorrer do inquérito, encontramos outras situações e vimos que ela está caindo em contradição. Dependendo do que ela falar, poderemos pedir a prisão;, disse.
Segundo o delegado, o bebê sofreu as lesões em 15 de junho em um apartamento do Bairro Serra, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte. A mãe havia saído para trabalhar quando recebeu a ligação da babá, dizendo que a criança estaria sofrendo uma convulsão.
Orientada pela mãe, a mulher entrou em um táxi e levou o bebê para o Hospital Mater Dei, onde teve outras convulsões. ;Exames constataram que a menina teve um sangramento no cérebro, deslocamento da retina e a ruptura de vasos nos dois olhos. Essas lesões podem ocasionar a paralisia e a cegueira;, diz o delegado.
O bebê não apresentou nenhuma lesão visível e foi detectada o que os médicos chamam de "síndrome do bebê sacudido". ;As convulsões acontecem quando há uma pancada forte na cabeça como, por exemplo, se a criança cai do berço ou escorrega no banho. No caso da síndrome, o cérebro do bebê está em formação e, quando é chacoalhado, o órgão acaba batendo nas laterais do crânio, podendo ocasionar as lesões. Muitas pessoas não sabem disso;, explica Geraldo Toledo.
A principal suspeita do crime informou à polícia que estava sozinha na casa quando o bebê passou mal. Por causa disso, ela ligou para a mãe do bebê. Exames feitos na criança tempos depois de ela nascer indicam que ela era saudável e não possuía nenhuma lesão, informou o delegado.
Informações sobre o estado de saúde do bebê não serão repassadas a pedido dos pais.