Jornal Correio Braziliense

Brasil

Comunidades assistem à força de afluente do rio São Francisco diminuir

Januária ; O verão de 1997 teima na memória de Tião. Foi o último em que reinou soberano o Rio Peruaçu, principal afluente do São Francisco no norte de Minas Gerais. Sebastião Alves Moreno suava para dar conta dos clientes do pequeno bar Só Triscando, até hoje instalado numa das margens do Peruaçu. Baixinho, moreno tal qual o nome, com tino comercial, Tião aproveitou a proximidade com o rio para criar no bar um sonhado balneário mineiro. Divididos pelo curso d;água, que delimita o traçado das duas cidades, os moradores de Januária e de Itacarambi se reuniam ali para, entre cervejas e galinhas ao molho pardo, mergulhar no rio como numa praia. Maio de 2012. Quinze anos depois, morreu o bar. Acabou a orla mineira. O Peruaçu, cada vez mais árido, agoniza sem pressa.

A crônica da morte do rio remonta a 1998, ano seguinte ao último verão na lembrança de Tião, momento em que os primeiros trechos começaram a assorear. A causa mortis é mais antiga. Passa pelos anos 80, quando, dizem moradores, uma leva de máquinas agrícolas chegou à região, para pequenas e grandes propriedades cujos donos mal sabiam operá-las. Na cabeceira, uma plantação de soja devastou boa parte da mata ciliar. Ao longo do curso, queimadas revezavam-se com outros cortes da vegetação nativa, reduzida à metade da cobertura original, e o Peruaçu tornava-se menos e menos caudaloso a cada estação. O poder público assistiu omisso.

Leia a matéria completa na edição impressa do Correio Braziliense deste domingo.