São Paulo ; A Avenida Radial Leste, principal ligação do centro da capital paulista com o extremo leste da cidade, foi interditada nos dois sentidos por passageiros que não conseguem embarcar no metrô de São Paulo. Ontem (22) à noite, os metroviários decidiram entrar em greve porque não chegaram a um acordo em relação ao dissídio, em reunião no Tribunal Regional do Trabalho (TRT). O protesto ocorre desde as 6h, em frente à Estação Corinthians-Itaquera.
A paralisação atinge principalmente os trens do metrô na zona leste, a região mais populosa da cidade. Segundo a direção da companhia, a Linha 3 Vermelha (Corinthians-Itaquera a Palmeiras ; Barra Funda) só está funcionando no trecho Bresser-Mooca a Santa Cecília. A Linha 2 Verde, que liga a Vila Madalena à Vila Prudente, funciona entre as estações Ana Rosa e Clínica e a Linha 1 Azul (Tucuruvi a Jabaquara) opera entre as estações Ana Rosa e Luz.
Já as linhas 5 Lilás (Capão Redondo ; Largo Treze) e 4 Amarela (Butantã ; Luz), que tem administração da empresa Via Quatro, funcionam normalmente, segundo o metrô.
Também entraram em greve os ferroviários das linhas Safira e Coral, da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), que atendem à zona leste. Os funcionários representados pelo Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias da Zona Central do Brasil querem aumento real de 5%, além reposição da inflação de 5,83%, calculada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
Foi acionado o Plano de Apoio entre Empresas de Transporte frente a Situações de Emergência (Paese), que coloca mais ônibus nas ruas para fazer os trechos que deixaram de ser atendidos pelo metrô e pela CPTM.
Os trabalhadores do metrô querem a reposição da inflação calculada pelo Dieese, aumento real de 14,99% e reajuste de 23,44% para o vale-refeição.
O TRT determinou que os metroviários devem garantir 100% do efetivo nos horários de pico, compreendidos entre as 5h e as 9h e as 17h e as 20h, e 85% nos demais horários. O tribunal proibiu os trabalhadores de liberarem as catracas. Em caso de descumprimento, o sindicato está sujeito a multa diária de R$ 100 mil.