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Greve na Usina de Belo Monte prossegue sem perspectiva de encerramento

Os trabalhadores dos canteiros de obra da Usina Hidrelétrica de Belo Monte continuam em greve, apesar de o movimento voltar à condição de ilegalidade a partir desta quarta-feira (2/5). Apenas os serviços essenciais estão sendo autorizados a passar pela barricada montada por trabalhadores no cruzamento entre a Rodovia Transamazônica e a localidade conhecida como Travessão 27, onde começa a estrada de terra para as principais frentes de trabalho.

O Consórcio Construtor Belo Monte (CCBM), que é o responsável pelas obras, informou à Agência Brasil que ;não há ainda previsão para abertura de diálogo; e afirmou que os trabalhadores ;não estão seguindo nem as determinações judiciais de retorno da greve, nem o interdito proibitório contra as barricadas que têm sido feitas no Travessão 27;.

[SAIBAMAIS] Na quarta-feira passada (25/4), o Tribunal Regional do Trabalho da 8; Região, em decisão liminar, havia decretado a ilegalidade da greve, cujos efeitos foram suspensos temporariamente após reunião mediada no dia seguinte pela Vara de Trabalho de Altamira (PA). No entanto, a suspensão tinha prazo até essa terça-feira (1/5), com previsão de aplicação da ilegalidade em caso de não retorno ao trabalho e multa diária de R$ 200 mil.

De acordo com o CCBM, que é o responsável pelas obras, a prioridade agora é ;resolver a questão no âmbito da legalidade;. Segundo a assessoria de comunicação do consórcio, ;todas ações de transporte e de infraestrutura necessárias ao retorno do trabalho já foram feitas, mas a instrução é retornar o ônibus, caso ele seja parado na barricada;.

A estratégia da CCBM é percebida pelo movimento grevista. Integrante da comissão de trabalhadores que participou das negociações com a empresa, Fábio de Sousa disse à Agência Brasil que ;o que mais tem incomodado os trabalhadores é o silêncio do CCBM;.

Segundo ele, ;a proposta anterior à greve [aumento de dez dias no período de baixada, período de folga para visita à família, desde que descontados das férias] não foi aceita pela assembleia porque não significou nada;, disse. ;Agora, aguardamos o contato do consórcio. Enquanto a empresa não sentar com a comissão e o sindicato para negociar, a greve continua;, acrescentou.