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Brasil

Cabral diz que pacificação de comunidades exige disciplina e compromisso

O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, voltou a dizer nesta terça-feira (27/3) que a pacificação nas comunidades ocupadas pelas forças de segurança é um ;processo longo;, que exige ;disciplina e compromisso;, referindo-se ao caso do presidente da Associação de Moradores do Bairro Barcelos, na Rocinha, zona sul, Vanderlan Barros de Oliveira, o Feijão, morto a tiros, ontem (26), perto da sede da entidade. O caso está sendo investigado pela Divisão de Homicídios, na Barra da Tijuca, zona oeste.

Cabral destacou que a Favela da Rocinha tem aproximadamente 100 mil habitantes e que as mudanças não serão concluídas repentinamente. ;Foram 30 anos de abandono e não temos como reverter esse quadro de um dia para o outro. Não temos a ilusão de que isso vai mudar em três, quatro meses, nem na Rocinha, nem no Complexo do Alemão e da Penha. Se somarmos essas três comunidades, elas são maiores que 99% das cidades brasileiras;, disse, durante discurso, na cerimônia de entrega do prédio da nova sede da Academia Brasileira de Ciências.

Na madrugada de hoje, policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) começaram a ocupar o Conjunto de Favelas do Alemão, em um processo de substituição das tropas do Exército, que ocupam a região desde novembro de 2010. A iniciativa é preparatória para a instalação de unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) na área.

As UPPs trabalham com os princípios de polícia comunitária, baseados na aproximação entre a população e a polícia, em um processo aliado ao fortalecimento de políticas sociais nas comunidades. O governo do Rio está investindo R$ 15 milhões na qualificação da Academia de Polícia para que, até 2016, sejam formados cerca de 60 mil policiais no estado. Ao todo, foram instaladas 19 UPPs desde dezembro de 2008, no Rio de Janeiro.

Edição: Lana Cristina