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Mercadante diz que kits contra homofobia não resolvem o problema

O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, disse nesta quarta-feira (14/3), durante audiência pública na Câmara dos Deputados, que o kit de combate à homofobia, cuja distribuição às escolas de ensino médio foi suspensa no ano passado, não é a solução adequada para enfrentar o problema. Perguntado pelo deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ) sobre quais seriam as medidas consideradas adequadas pelo governo para combater o bullying (prática repetitiva de atitudes agressivas tanto físicas, quanto psicológicas) contra os alunos homossexuais nas escola, Mercadante disse que o debate precisa ser despolarizado.

;Precisamos fazer uma pesquisa mais aprofundada e cuidadosa sobre como construir um diálogo que respeite a diversidade em todas as suas formas, a pluralidade. Vamos ter que estudar mais a fundo a homofobia e como dialogar [com os setores da sociedade], porque o enfrentamento direto, eu acho que não vai ajudar. Simplesmente lançar um material didático, produzir um vídeo e lançar na escola, isso não vai resolver;, afirmou o ministro.

O Ministério da Educação (MEC) estava produzindo um kit com material didático, incluindo vídeos e cartilhas, para tentar combater a homofobia nas escolas. Os kits seriam entregues às escolas públicas de ensino médio, mas a distribuição foi suspensa pela presidente Dilma Rousseff, após protestos das bancadas religiosas na Câmara e no Senado. A presidente determinou que o material fosse refeito.

;O clima que nós criamos aqui, no Congresso Nacional, longe de contribuir para o debate, só acirrou as posições. E quem vai pagar a conta dessa intrasigência, dessa polarização, são as crianças mais frágeis que estão lá na ponta do sistema;, disse o ministro.

Para Mercadante, criar uma cultura de tolerância nas escolas é um ;grande desafio;. Segundo ele, muitas crianças ;chegam em casa humilhadas;, por serem vítimas de bullying, especialmente alunos homossexuais. ;Nós temos casos de crianças que chegam ao suicídio por total incompreensão, por não saberem como lidar com essa situação;, reconheceu.