Rio de Janeiro ; No terceiro dia da greve dos vigilantes, em todo o estado do Rio de Janeiro, manifestantes percorreram nesta quarta-feira (14/3) as ruas da capital fluminense para chamar a atenção da população para o movimento. Faixas e cartazes mostravam as reivindicações, como o reajuste de 10% sobre o salário, aumento do tíquete refeição de R$ 8,50 para R$ 16,50 e assistência médica.
Em função da greve, agências bancárias no interior do estado e em alguns bairros da capital estão fechadas. Segundo os grevistas, cerca de 60% dos 50 mil vigilantes em todo o estado aderiram à greve, que é por tempo indeterminado.
Os vigilantes alegam que as reivindicações não estão sendo atendidas pelo Sindicato das Empresas de Segurança Privada (Sindesp) e que, em fevereiro, na última assembleia da categoria, o sindicato patronal anunciou que não haverá aumento de salário.
O vice-presidente do Sindicato dos Vigilantes do Município do Rio de Janeiro e coordenador da greve, Antônio Carlos de Oliveira, informou que as regiões do estado mais afetadas pela greve são: norte, noroeste, serrana e a Região dos Lagos, com cerca de 80% de adesão. Já na capital fluminense, Antônio Carlos disse que as áreas de maior adesão são as zonas sul, central e oeste da cidade.
Ele ressaltou que o sindicato dos vigilantes não se responsabiliza por quaisquer consequências que possam vir a ocorrer em função da greve. "Os patrões estiveram ausentes duas vezes para a negociação no Ministério do Trabalho, então, qualquer prejuízo que advenha dessa greve, o grande responsável por tudo isso é o sindicato patronal que até o momento não fez nenhuma proposta aceitável para a categoria".
O Sindesp informou, por meio de nota, que oferece aos vigilantes reposição integral da inflação pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) dos últimos 12 meses. O sindicato garantiu ainda que vai instaurar dissídio coletivo de greve, devendo ser remarcada audiência de conciliação no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), onde as negociações coletivas poderão ser retomadas.
"Em virtude da greve dos vigilantes, marcada inicialmente para 07/03/2012 e adiada para 12/03/2012, o Sindesp-RJ e Sindicato dos Bancos do Estado do Rio de Janeiro ajuizaram ação cautelar perante o TRT 1; Região, sendo que, em 7 de março de 2012, a desembargadora dra. Mery Bucker Caminha deferiu a liminar para assegurar o trabalho de pessoal necessário ao atendimento dos serviços inadiáveis, no mínimo de 40 % do efetivo dos trabalhadores na base territorial dos sindicatos requeridos, observado o limite mínimo de um vigilante por agência bancária, sob pena de aplicação de multa diária de R$ 15 mil aos sindicatos obreiros em caso de descumprimento", diz a nota.