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Justiça barra lucro do cantor Michel Teló com a música 'Ai se eu te pego'

O grande sucesso da música Ai se eu te pego, que fez o cantor Michel Teló ficar conhecido internacionalmente, não trouxe apenas dividendos, mas também muita dor de cabeça. Por meio de liminar, o juiz da 3; Vara Cível de João Pessoa, Miguel de Brito Lyra Filho, determinou a indisponibilidade de todo e qualquer valor arrecadado em função da venda da música. A decisão foi em ação ordinária de indenização proposta pelas estudantes Maria Eduarda Lucena dos Santos, Amanda Borba Cavalcanti de Queiroga e Marcella Quinho Ramalho, coautoras da música. A Justiça determinou ainda que fossem apresentados o balanço contábil do faturamento da canção, mantendo o crédito indisponível para o julgamento da ação. A febre de Ai se eu te pego, que se espalhou pelos gramados de futebol de todo o mundo e chegou até mesmo a soldados israelenses, fez com que Teló criasse também versões em outras línguas.

A ação é movida contra a Editora Musical Panttanal Ltda, com sede em Vila Planalto (MS), a cantora Sharon Acioly, o compositor Antônio Diggs, a empresa Teló Produções Ltda e o cantor Michel Teló, além da Gravadora Som Livre Ltda, com sede no Rio de Janeiro, e a Aplle do Brasil Ltda, sediada na cidade de São Paulo. Além disso, a liminar estabelece que as gravadoras Som Livre e Aplle do Brasil informem judicialmente toda a arrecadação com operações comerciais, nacionais e internacionais, relativas à canção. O prazo para informação à Justiça é de cinco dias, depois da citação, sob pena de multa diária de R$ 50 mil. O escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad) também deverá ser notificado para adotar as mesmas medidas. Para a apresentação do balanço financeiro das receitas e contas pretéritas pela Editora Panttanal, incluindo operações comerciais de cada um dos envolvidos, a Justiça determinou um prazo de 60 dias, sempre a partir da notificação.

Acordo

Em dois meses, deverão ser apresentados à Justiça também os temos de acordo com Aline Medeiros Fonseca e Amanda Grasiele Mesquita Teixeira da Cruz, sob pena de busca e apreensão, que seriam autoras do refrão da música, registrada pela cantora Sharon Acioly com seu parceiro Antônio Dyggs. Tudo parecia resolvido até que no dia 31. As estudantes Marcela, Amanda e Maria Eduarda também reivindicaram a coautoria do refrão de Ai se eu te pego. Elas chegaram a realizar um registro público relatando o caso em cartório, em 26 de janeiro. Segundo o ação, tudo teria começado em 2006, durante viagem do grupo de amigas à Disney, quando a brincadeira foi criada. Três anos depois, ela foi levada por parte das meninas para um show de Sharon, no Axé Moi, em Porto Seguro (BA). A cantora, então, impressionada com a dança das jovens, repetiu o refrão no palco e afirmou: ;Música nova, composição das minhas três backing vocals de João Pessoa;, conforme mostra um vídeo amador disponibilizado no YouTube.

Mas não são apenas as estudantes que estão de olho no faturamento do hit. A dentista Ana Carolina Lago, ex-mulher de Michel Teló, de quem se separou depois do sucesso do cantor, também requereu, mas em uma ação de separação, a movimentação financeira do marido, no ano passado. Ela quer conhecer também o faturamento das empresas de Teló. O casal se separou no fim de 2011. Teló se casou com Ana há três anos, depois de outros quatro anos de namoro. Na época, o cantor ainda era integrante do grupo sertanejo Tradição. O Estado de Minas tentou localizar, sem sucesso, o advogado de Teló e das outras partes.