Jornal Correio Braziliense

Brasil

Secretário-geral da Rio+20 diz que crise pode atrasar economia verde

O secretário-geral da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio%2b20), Sha Zukang, disse nesta sexta-feira (9/3) que a crise internacional pode atrasar a implementação de uma economia verde em alguns países.

;Ainda não conseguimos nos livrar da sombra das crises financeiras. A transição para uma economia verde, principalmente para os países em dificuldade, vai precisar de um compromisso maior, muito forte, e mais ajuda dos desenvolvidos. É uma questão internacional que pode criar, talvez, um atraso na implementação da economia verde;, disse Zukang em entrevista coletiva no Ministério do Meio Ambiente. Ele visita o Brasil para tratar da logística da Rio%2b20, que será realizada em junho.

Para o secretário-geral, a conferência pode ficar em segundo plano para líderes de alguns países devido a assuntos internos. Ele citou, como exemplo, o período eleitoral nos Estados Unidos. ;Em ano de eleições, as grandes figuras políticas estão muito preocupadas com o pleito para tratar de outros assuntos. Mas digo a eles que não se preocupem. Sustentabilidade é uma questão que deve unir oposição e situação. O desenvolvimento sustentável é o futuro que queremos;, comentou.

A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, disse que as eleições em outros países não devem atrapalhar a presença de chefes de estado na Rio %2b20. Até o momento, 79 delegações confirmaram presença. Entretanto, o objetivo é que a conferência seja de decisões concretas e não apenas de debate. ;Não é uma conferência para carimbar documentos e dizer que aprovamos. Queremos caminhos concretos, de resultados;, destacou.

O secretário ainda comentou a declaração do secretário-geral da Federação Internacional de Futebol (Fifa), Jerome Valcke, de que o Brasil precisaria de um ;chute no traseiro; para agilizar as obras da Copa de 2014.

;Quando se tem um país que organiza três grandes eventos ; Rio %2b20, Copa do Mundo e Olimpíadas ; as críticas são naturais. Não é nada de anormal;, disse lembrando que quando o seu país, a China, sediou as Olimpíadas, recebeu diversas delegações que também criticaram as obras. ;É o trabalho deles;, acrescentou.