Com maior acesso às viagens aéreas, o brasileiro deixou o carro na garagem e contribuiu para a redução no número de mortes nas estradas neste carnaval. Cerca de 3 milhões de consumidores pegaram um voo para aproveitar o feriado, um crescimento de 13% comparado ao ano passado. Nas estradas federais, houve queda no número de mortos em 9,6%, segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), quando se comparam os registros de sexta-feira e domingo com os do mesmo período no ano passado. O número total de acidentes também encolheu no período, em 27,4%. O total de feridos reduziu quase na mesma proporção: 29,4%. A queda nos números foi celebrada pelas autoridades de trânsito. Mas segundo especialistas, ainda é cedo para comemorar.
A volta do feriado normalmente é mais perigosa que o início das viagens porque há maior movimento de veículos em período mais curto. Além disso, são previstas chuvas esparsas no Distrito Federal e Entorno, o que aumenta o risco de acidentes.
Para Eduardo Biavatti, especialista em educação no trânsito, não é possível atribuir o menor número de mortes e acidentes a um avanço na educação dos motoristas. Na avaliação dele, uma quantidade menor de carros em circulação e uma fiscalização mais severa contribuíram para a melhora das estatísticas. ;A queda foi grande, bem fora do padrão;, afirmou. Na avaliação dele, as campanhas educativas não trouxeram novidades e também não foram mais incisivas que em outros anos. Ele ponderou, entretanto, que houve uma integração entre as polícias municipais e estaduais com a PRF. ;Isso tornou a fiscalização um pouco mais inteligente;, disse.
Pelos dados preliminares da PRF, houve 1.984 acidentes com 122 mortos e 1.148 feridos. Dois acidentes contribuíram mais fortemente para esse número. No último sábado, dois ônibus de turismo se chocaram na BR-153, em Goiás (leia mais sobre o acidente na página 19). A colisão deixou 15 mortos e cerca de 60 feridos. O outro acidente foi uma colisão frontal entre um carro de passeio e um ônibus na BR-349, na Bahia. O carro levava nove pessoas e trafegava acima da capacidade, apenas uma pessoa sobreviveu. Segundo a PRF, o condutor teria dormido no volante. ;A maioria das mortes é provocada por colisão frontal. É o tipo de acidente que mais machuca as pessoas;, observou Biavatti.
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