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Defesa de Lindemberg pede que ele seja condenado por homicídio culposo

Na segunda parte do debate entre acusação e defesa no julgamento do assassinato de Eloá Cristina Pimentel, em outubro de 2008, a advogada de defesa, Ana Lucia Assad, pede que os jurados condenem Lindemberg Alves por homicídio culposo, que é aquele que não tem a intenção de matar. "Não vou pedir a absolvição dele. Ele errou, tomou as decisões erradas e deve pagar por isso, mas na medida do que ele efetivamente fez", disse.

Segundo informações do Tribunal de Justiça de São Paulo, a advogada ainda afirmou que Lindemberg não desejou o resultado final do crime e que ele sofre pela morte de Eloá. Ela também culpou a imprensa e policiais como corresponsáveis pelo crime e apelou aos jurados: "Enxerguem esse rapaz como um parente dos senhores, pois ele não é bandido".

Antes de Ana Lucia Assad, a promotora Daniela Hashimoto, que representa a família de Eloá, tentou convencer os jurados do contrário: que o réu já sabia que iria matar Eloá quando entrou no apartamento da vítima. A acusação distribuiu cópias dos autos aos jurados e pediu: "Coloquem-se no papel das vítimas". A acusação também afirmou que "Eloá era apenas um objeto nas mãos de Lindemberg e que ele tinha ódio dela".

O julgamento que acontece no no Fórum de Santo André, em São Paulo, está previsto para terminar hoje. A promotoria e a defesa apresentam suas considerações num período de uma hora e meia. Ainda pode acontecer a réplica e a tréplica, com uma hora de duração cada uma. Depois do debate, os jurados se reúnem separadamente, onde decidirão a condenação ou absolvição do réu.

Depoimento de Lindemberg
Pouco antes do fim do terceiro dia de julgamento, Lindemberg pediu perdão para a mãe de Eloá pela morte da filha. Durante a tarde desta quarta-feira Lindemberg descreveu o tempo que passou junto com Eloá e Nayara durante o sequestro. "Havia momentos em que eu, a Eloá e a Nayara não levávamos aquilo a sério. A Eloá chegou a fazer uma sobremesa para nós", contou o réu depois de ser questionado por sua advogada.

Embora tenha admitido o disparo contra Eloá, o acusado não soube dizer se foi ele quem atirou contra Nayara. Lindemberg disse que não sabia o que fazer com a chegada da polícia ao apartamento , pois ficou com medo. ;Quando a polícia chegou, fiquei apavorado. Não sabia o que fazer. Só não saímos pois tínhamos medo da reação da polícia;, afirmou à juíza Milena Dias.

A declaração mais contundente do dia foi quando Lindemberg confessou ter atirado contra Eloá. ;Puxei a arma quando ela começou a gritar comigo, mentindo que ela não tinha ficado com o Victor;, disse. ;Quando a polícia invadiu, a Eloá fez menção de levantar e eu, sem pensar, atirei. Foi tudo muito rápido;.