Em maio de 2011, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) fez chegar ao Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) um documento com recomendações para o Plano Brasil sem Miséria incluir ações de controle das doenças da pobreza. Nas 15 páginas da nota técnica, à qual o Correio teve acesso, o maior detalhamento se refere à doença de Chagas, em razão dos 3 milhões de doentes crônicos no país e das falhas no controle dos vetores. Até agora, nada foi feito no âmbito do plano, como o jornal constatou em campo e com técnicos da Fiocruz.
Em outra frente, o PAC liberou dinheiro ao Programa de Melhoria Habitacional para o Controle da Doença de Chagas entre 2007 e 2010. A iniciativa foi excluída do rol de ações de infraestrutura em 2011 e, até agora, continua suspensa. Um documento da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) elaborado para justificar a retomada dos recursos, obtido pelo Correio, cita a existência de 60,1 mil famílias em áreas de risco para a doença ; com possível infestação de barbeiros ; que ainda precisam ser contempladas com o programa. Para reformar ou substituir por completo as casas dessas famílias, são necessários R$ 811,5 milhões. Não há qualquer previsão de liberação do dinheiro.
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