Até agora, 17 corpos foram localizados, 13 deles identificados. Os quatro restantes serão submetidos a testes de DNA, que podem levar de 15 a 30 dias para serem concluídos. Há ainda cinco pessoas desaparecidas. O comandante do Corpo de Bombeiros e secretário Estadual de Defesa Civil, Sérgio Simões, garantiu que o trabalho da corporação ainda não terminou. ;Nós continuamos com as buscas por corpos, tanto no local do desabamento quanto na área do despacho dos escombros.; O coronel não descarta, no entanto, hipótese de que alguns corpos não sejam encontrados. A Avenida Treze de Maio, onde os três prédios desabaram, foi aberta ontem depois de permanecer interditada desde o acidente.
Enquanto as autoridades apontam como a causa mais provável da tragédia uma reforma irregular que estava ocorrendo no primeiro prédio a cair, o Edifício Liberdade, o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio de Janeiro (Crea-RJ) acumula, desde a tragédia, 170 denúncias sobre obras supostamente ilegais em edifícios da cidade. ;Todas serão avaliadas por técnicos do Crea;, afirmou o engenheiro Luiz Antonio Cosenza, presidente do Conselho de Análises e Prevenção de Acidentes da entidade. Ele explicou que obras de reforma dentro de casas, prédios e salas comerciais não precisam de autorização da prefeitura desde que o objetivo não seja alterar a estrutura do local. Caso contrário, é necessária a avaliação de um engenheiro.
O delegado Alcides Alves Pereira, que trabalha no caso, afirmou que o inquérito está bem encaminhado. A intenção é continuar ouvindo testemunhas que estão sendo contatadas por telefone e se apresentando espontaneamente. ;Os depoimentos são muito importantes e ainda teremos o laudo da perícia do Instituto de Criminalística Carlos Éboli;, destacou. Ontem, segundo a advogada Simone Argolo Andrés, a recém-criada associação de vítimas do desabamento conseguiu na Justiça o acesso aos escombros dos edifícios levados para um depósito sob custódia da prefeitura carioca.
Engenheiro será ouvido
O engenheiro calculista Paulo Sérgio da Cunha Brasil deve ser ouvido pelo Crea-RJ em breve, segundo Luiz Antonio Cosenza, presidente do Conselho de Análises e Prevenção de Acidentes da entidade. Brasil teria sido contratado pela Tecnologia Organizacional (TO) para dar explicações ao condomínio sobre a segurança de uma obra no terceiro e no nono andares do Edifício Liberdade. O laudo elaborado por ele limitava-se a informar que os quatro sacos de cimento armazenados no terceiro andar não apresentavam risco à estrutura do prédio. Ele negou ter qualquer participação na obra e informou ter sido questionado apenas sobre o peso do material de construção. Já o advogado Geraldo Beire Simões, que representa o síndico do Edifício Liberdade, afirmou que o laudo completo ainda estava sendo aguardado.