Condôminos de prédio vizinho ao que desabou revoltam-se com falta de acesso

Vanderlei Almeida/AFP

Rio de Janeiro ; A poucos metros da tragédia que chocou o país, condôminos do Edifício Capital, o prédio alto ao lado do primeiro a desabar, reuniram-se ontem para tentar retirar objetos de valor e documentos da edificação. Mesmo sem o risco de desabamento, o imóvel, interditado preventivamente pela Defesa Civil, foi ;visitado; por pessoas escolhidas pela síndica, o que revoltou outros arrendatários.

;Isso é um absurdo. Estão fazendo uma panelinha para tirar os documentos e eu não posso subir. Preciso pegar o passaporte da minha filha, que vai para os Estados Unidos na segunda-feira, e não posso. A síndica não permite;, gritava o proprietário da sala 1.705, no 17; andar, identificado apenas pelo primeiro nome: Ricardo.

[SAIBAMAIS]Além dele, três condôminos protestavam com a situação, em frente à Câmara Municipal. Por pouco as discussões não se transformaram em agressões físicas com defensores da síndica do prédio ; eles negavam que alguém tivesse entrado no local. O Capital terá que ficar interditado até que obras de reforço em três andares sejam feitas.

Em meio às discussões, havia também donos de salas nos prédios que desabaram. Resignados quanto à perda da maioria dos pertences, eles se queixavam da falta de informações, pois queriam saber para onde estavam sendo levados os documentos encontrados pelos bombeiros.