A Secretaria estadual de Defesa Civil do Rio de Janeiro confirmou na noite desta quinta-feira (25/01) que subiu para cinco o número de mortos no desabamento de três prédios no centro da cidade. Até o momento, os corpos de três homens e duas mulheres foram encontrados entre os escombros e 21 pessoas estão desaparecidas.
O prefeito do Rio de Janeiro Eduardo Paes garantiu que as buscas não vão parar enquanto todos os desaparecidos não forem encontrados. A área próxima ao desabamento está interditada para trabalhadores e moradores e o trânsito no local sofreu alterações que devem permanecer até segunda-feira.
Na tarde de hoje, o secretário estadual de Defesa Civil, coronel Sérgio Simões, lembrou que dificilmente uma vítima resiste mais de 24 horas após um acidente como este. A equipe que trabalha no local tem, agora, menos esperança de encontrar mais algum sobrevivente.
;O Corpo de Bombeiros sempre trabalha com a expectativa de encontrar sobreviventes. Entretanto, na medida em que o tempo passa e que as ações se desenvolvem, os espaços vão diminuindo e a possibilidade de sobrevida, infelizmente, diminui;, disse Simões.
O governador Sérgio Cabral decretou luto oficial de três dias no estado do Rio de Janeiro, em memória dos mortos no desabamento dos três prédios situados na Avenida 13 de Maio. O decreto sobre o luto oficial será publicado amanhã (27), no Diário Oficial do estado.
Causas
Eduardo Paes disse hoje, mais uma vez, que as causas dos desabamentos ainda são desconhecidas, e reiterou que a chance de ter havido uma explosão de gás é mínima. A suspeita mais provável, segundo os investigadores, é de colapso nas estruturas dos prédios, como falhas nas projeções. O prefeito assegurou, porém, que as obras de reforma que estavam sendo realizadas no interior de um dos prédios não eram ilegais e não precisavam de autorização da prefeitura.
O presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU) do Rio de Janeiro, Sydnei Menezes, disse que nenhuma hipótese levantada explica o que aconteceu. Ele se mostra cauteloso em apontar a reforma como causa da tragédia. ;Quando se mexe nas estruturas de um prédio para reformas internas, a própria estrutura reage, dá sintomas de fadiga. Você vê, por exemplo, trincas, portas emperradas, janelas fora do prumo, vidros quebrados. Há todo um prenúncio dos sintomas de um colapso estrutural, e disso também não se tem registro;, explicou.
Entenda o caso
Na noite de quarta-feira (25), por volta de 20h30, três prédios desmoronaram na Avenida 13 de Maio, no centro do Rio de Janeiro. Um dos edifícios tinha 20 andares, outro 10 e o menor, 4.
Os escombros atingiram uma grande área e uma nuvem de fumaça encobriu a região. Cerca de 30 pessoas foram resgatadas de um prédio vizinho aos que caíram momentos após o desabamento.
Até o começo da madrugada de hoje, cinco vítimas haviam sido resgatas dos escombros. Um deles foi o operário Alessandro da Silva Fonseca, 31 anos, que ficou preso dentro de um elevador. "Está me faltando ar, não posso respirar, há muita poeira", disse ele por telefone celular. Alessandro foi resgatado cerca de duas horas depois do desabamento e passa bem.
[SAIBAMAIS]Nesta quinta-feira, 17 mil toneladas, cerca de 25% ou 30% dos escombros, foram retiradas de onde ficavam os prédios, na Av.13 de Maio.
Com informações de agências