São Paulo ; Integrantes de movimentos sociais que faziam uma manifestação na Praça da Sé, região central de São Paulo, atiraram ovos no carro em que o prefeito Gilberto Kassab usou para sair da Catedral da Sé, onde assistiu a uma missa celebrada em homenagem aos 458 anos da capital, comemorados hoje (25). Os manifestantes esperaram por Kassab em uma saída lateral da igreja, mas quando souberam que o prefeito estava saindo por outro lado correram em sua direção e houve tumulto. A Polícia Militar usou gás lacrimogêneo para conter a confusão.
Em um dos pontos onde um veículo oficial aguardava a saída do prefeito, manifestantes cercaram o carro gritando palavras de ordem e um dos integrantes murchou um dos pneus do carro, enquanto outros batiam no veículo.
O ato político começou no início da manhã e os manifestantes protestavam contra as operações do governo estadual e municipal na Cracolândia, na comunidade do Moinho, no Bom Retiro, onde houve um incêndio em dezembro, e contra a retirada dos moradores de Pinheirinho, em São José dos Campos, no Vale do Paraíba, que vem ocorrendo desde domingo. No local, ocupado desde 2004, viviam 1.500 famílias, cerca de 6 mil pessoas.
De acordo com a organização mais de 60 entidades participaram do ato, com cerca de 800 pessoas, segundo estimativas da Polícia Militar.
Um dos organizadores da manifestação Júlio Delmanto, do Coletivo Desentorpecendo a Razão (DAR) e da Marcha da Maconha, explicou que o objetivo da mobilização foi mostrar a insatisfação contra o processo de militarização do centro de São Paulo e da Cracolândia. ;A partir da repressão dos moradores do Pinheirinho no domingo se uniu à luta essa bandeira também, além da questão da favela do Moinho que é uma região que também tem forte ataque da especulação imobiliária. O que nos une aqui é uma reação contra a especulação imobiliária determinando a militarização de São Paulo.;
Para Delmanto, as ações na Cracolândia se inserem na política de guerra às drogas como a de higienização do Centro da cidade, sem demonstrar preocupação com a saúde dos dependentes químicos, que estão sendo jogados para outras áreas da cidade. ;O que acontece é a expulsão da população pobre para as periferias porque o Centro é cada vez mais requisitado pelos interesses econômicos, ainda mais com a Copa do Mundo prestes a ocorrer.;