O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse nesta quarta-feira (25/1) que acompanhou com atenção as providências tomadas pelo governo do estado de São Paulo e pelo Tribunal de Justiça local para a reintegração de posse da área do Pinheirinho, ocupada por 9 mil famílias em São José dos Campos. "No entanto, tudo foi feito em âmbito estadual e apenas procuramos acompanhar, por ser nosso dever de ofício ficar inteirados da situação".
Cardozo disse ainda que conversou sobre o assunto com o governador paulista, Geraldo Alckmin, e com o presidente do Tribunal de Justiça, que estavam acompanhando as atividades de desocupação. Segundo o ministro, a informação passada pelas autoridades paulistas é que "tudo se desenvolveria de forma segura".
Houve conflitos da polícia com os moradores desde domingo (22), quando começou a tentativa de retirá-los do local. A área vem sendo alvo de ações da Polícia Militar (PM) para a reintegração de posse. O terreno integra a massa falida da empresa Selecta, do investidor Naji Nahas.
Antes da ação da PM, o governo federal estava em negociação com o prefeito de São José dos Campos, Eduardo Cury, para encontrar uma solução pacífica para o problema. Segundo Rogério Sotili, da Secretaria-Geral da Presidência da República, na sexta-feira (20/1) que antecedeu o conflito, o prefeito cancelou reunião que havia sido marcada em Brasília com integrantes da Secretaria-Geral e do Ministério das Cidades.
"Tínhamos marcado de ajudar o governo [estadual] e o município. O Ministério das Cidades já estava estudando uma possibilidade de ajuda, já que a atribuição de solução do problema, no caso, cabia à prefeitura. O prefeito concordou com a reunião, escolheu o local e, na sexta-feira, mandou a secretária me ligar cancelando a reunião", disse Sotili.