Deividson Rosa do Carmo, de 26 anos, é o principal suspeito pelo desaparecimento, já que foi visto e identificado levando a garota do local de trabalho dela. ;As meninas do trabalho falaram que ele foi buscar ela de carro, o que ele nunca tinha feito antes. Ela foi conversar com ele do lado de for a do carro, perto da porta do motorista;, relata a irmã de Stephany, Jhenifer Gabrielle Evangelista. ;Acho que, para não ter escândalo na porta da empresa, ela acabou aceitando entrar no carro e desde então não temos mais notícia. Os celulares estão todos desligados;, afirma.
Os dois estariam em um relacionamento há cerca de cinco meses após terem se conhecido em um acampamento de igrejas. Rapidamente eles ficaram noivos e, segundo relatos da família, passavam todo o tempo juntos. As brigas eram recorrentes, mas geralmente acabavam bem, até o último final de semana. De acordo com a família, a possessividade do jovem irritava Stephany, contudo eles não sabem se foi isso que fez com que ela rompesse com o noivado no domingo à noite. ;De dia a gente saiu e lá ficou tudo bem. Mas a noite eles foram para a igreja e na volta começaram a brigar. Uma mulher que viu e falou que eles estavam brigando feio na rua;, conta.
No dia seguinte, a jovem teria ido trabalhar e confessado à uma colega que terminou o relacionamento, tirou a aliança e guardou em seu armário na empresa. Foi somente à noite, após a garota não ter voltado para casa que a família começou a procurar, com preocupação, por ela nas casas de amigos e conhecidos do bairro. Transtornada, a mãe da jovem, Elizete Evangelista de Freitas, de 42 anos, aguarda ansiosamente a volta da filha. ;Não tem nem como explicar como uma mãe está nessas horas. Tem três dias que eu não vejo minha filha, não tenho nem palavras;, confessa. ;Quero ver ela, minha filha viva e bem;, deseja. Ainda de acordo com ela, a polícia informou que agora irá procurar por eles na casa de parentes, e se não encontrarem nada, coletar informações sobre possíveis locais em que ele possa estar.
Suspeito
Deividson também está sendo investigado por falsidade ideológica, já que havia se identificado por um nome diferente para a família, e estelionato. A última acusação vem por parte de um vizinho da família que afirma ter negociado um carro com o suspeito, que levou os documentos do veículo e dados do vendedor para depositar a quantia de R$13 mil.
Sem pagamento e nem carro, o proprietário do automóvel só ficou preocupado mesmo quando ficou sabendo que a vizinha estava desaparecida e a suspeita era de que o veículo usado na fuga era seu. ;Ele disse que ia mostrar o carro para a menina e que voltava em 10 minutos, mas não voltou. Procurei a polícia, fiz a ocorrência e pus impedimento no carro;, afirma. O carro, modelo Uno verde escuro, com placa de Betim, ainda está desaparecido. ;Ele era muito bom de papo, típico de estelionátario. Mas eu não tinha dúvidas dele porque ele estava sempre em frente à minha casa, estava sempre alegre e na igreja, bem vestido. Nunca passou a impressão de ser uma pessoa ruim;, completa.
A família da moça comenta nunca ter tido problemas com ele, apesar do início de namoro repentino. O único comentário sobre a personalidade dele era de ser muito ligado à coisas materiais. ;Ele é um mentiroso;, destaca a tia. ;Ele mentiu sobre tudo, gostava de esbanjar que tinha tudo que não tinha;, comenta. Para a mãe, é traumatizante ter sido tão surpreendida assim. ;O Deividson para mim era um filho. Ele comia da minha comida, ficava morando com a gente, a gente fazia tudo para ele. Agora ele pega minha filha e some com ela. A gente não esperava por isso não;, conta.
;Ele falava que morava na Pampulha, sempre esbanjando. Foi só agora que a gente descobriu que ele mora em um bairro afastado e que a família dele é muito humilde;, afirma Jhenifer. ;A cunhada dele disse que ele é um mentiroso. Que ele ia em casa, dormia uma noite e sumiu por uns quinze dias. Também disse que toda vez que ele aprontava ele ia para o Rio de Janeiro;, conta.