A Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM) pediu ontem ao Ministério Público do Rio de Janeiro providências sobre as cenas do programa Big Brother Brasil 12 (BBB) nas quais há uma suposta relação sexual entre um casal de participantes. As imagens exibidas na noite de sábado viraram polêmica e ganharam espaço nas redes sociais por sugerir que a estudante Monique Amim, 23 anos, sofreu abusos sexuais pelo modelo Daniel Rodrigues, 31.
Ela estava dormindo, sob o efeito de bebidas alcoólicas após uma festa, quando Daniel deitou na cama. Nas cenas, é possível ver a movimentação do rapaz sobre o edredom enquanto a estudante aparece inerte. O caso ganhou tamanha repercussão que a Polícia Civil do estado decidiu investigar o assunto e, hoje, deverá ouvir a mulher no Projac, a central de produções da TV Globo, que exibe a atração. Na noite de ontem, Daniel foi expulso do programa. Em nota, a Globo alegou que a punição foi decorrência de um ;grave comportamento inadequado;.
Em nota, a Secretaria de Políticas para as Mulheres afirma que pediu ;providências cabíveis ao Ministério Público;. ;O ofício foi elaborado com base em demandas encaminhadas por cidadãs de várias cidades brasileiras à ouvidoria da SPM pedindo providências;, diz o comunicado da secretaria, que foi encaminhado ontem para o Ministério Público fluminense. ;Paralelamente, a SPM tomou conhecimento que a Polícia Civil do Rio de Janeiro já se mobilizou em torno do caso;, acrescenta a nota.
O incidente é investigado pela 32; Delegacia de Polícia, em Jacarepaguá, Zona Oeste do Rio, onde fica o Projac. Policiais teriam feito acordo com a Rede Globo para que Monique preste depoimento hoje nas instalações da emissora. Dependendo do que ela falar, a polícia pode abrir inquérito para apurar a prática do estupro.
No momento em que o ato entre os dois participantes do BBB 12 ocorreu, a mulher estava sob efeito de álcool e, ontem, teria declarado que não se lembrava de ter mantido relações com Daniel. Na gravação de um áudio atribuído a Monique, ela teria dito que não havia consentido a relação. ;Eu dormi, eu dormi. Eu não me lembro de mais nada, juro por tudo que é mais sagrado;, afirmou. ;Só se ele for muito mau caráter de fazer sexo comigo dormindo;, acrescentou.
O delegado que vai apurar o caso não estava ontem no Rio e deve falar sobre o assunto hoje. O diretor do programa, Boninho, disse ao jornal Folha de S.Paulo que não houve estupro e que as denúncias se tratavam de racismo pelo fato de o participante acusado ser negro.