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Greve de militares se espalha pelo Ceará e deixa população desprotegida

Brasília ; Em cinco dias de paralisação, a greve de policiais militares e bombeiros no Ceará se espalhou por todo o estado, deixando regiões inteiras desprotegidas e alterando a rotina do comércio e da prestação de serviços à população. Lojas, quiosques nas praias, postos de saúde e o tribunal do estado fecharam as portas por falta de segurança. Além disso, há risco de um dos principais aeroportos do Ceará, o de Juazeiro do Norte, ficar sem condições de funcionamento.

Um relatório divulgado na página da Associação dos Cabos e Soldados Militares do Ceará detalha a situação nas principais cidades cearenses. De acordo com os dados, os policiais de Juazeiro do Norte (inclusive a Penitenciária Industrial do Cariri) aderiram totalmente à paralisação. A cidade fica no sul do estado e tem cerca de 250 mil habitantes.

Os bombeiros do aeroporto de Juazeiro também deflagraram paralisação, o que pode impedir pousos e a decolagens no principal aeroporto da Região do Cariri. No entanto, a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) informou que os militares estão trabalhando e o funcionamento ainda não foi prejudicado.

Em Quixeramobim, localizada no sertão cearense, policiais e bombeiros entraram em greve. Também no sertão, Quixadá está sem policiamento e as viaturas estão sendo levadas a Quixeramobim.

Em Iguatu, Icó, Piquet Carneiro e Acopiara, no centro-sul do Ceará, a Ronda (que é responsável pelo policiamento nas ruas), o Policiamento Ostensivo Geral (Pog), a Força Tática de Apoio (FTA) e os bombeiros estão parados. Os militares de Barbalha e Brejo Santo, também na região sul, aderiram ao movimento.

Em Baturité, no norte cearense, houve paralisação de todas as viaturas, e 12 municípios do Maciço de Baturité estão sem policiamento. Viaturas de Boa Viagem e de Santa Quitéria, municípios da região centro-norte cearense, estão sendo encaminhadas a Canindé.

Na região de Jaguaribe, no nordeste do estado, o município de Russas - onde foi sorteado um dos bilhetes do prêmio da Mega-Sena da Virada - está sem policiamento. As viaturas de Aracati, outro município da região, estão sendo levadas para Fortaleza. Veículos de policiamento ostensivo de Acaraú e Amontada, no noroeste e norte do estado, respectivamente, também aderiram ao movimento.

Todas as viaturas da Companhia Independente de Policiamento de Eventos (Cipe) permanecem paradas e os policiais estão aquartelados. Os Correios paralisaram as atividades e em Fortaleza e na região metropolitana da capital, o comércio fechou após arrastões. A associação de militares informou, ainda, que os motoristas e cobradores de ônibus de Fortaleza podem paralisar atividades.

A Polícia Civil do Ceará também ameaça aderir ao movimento de greve. O secretário executivo da Polícia Civil, Antônio Castelo Barros, disse à Agência Brasil que os policiais se reunirão ainda hoje em assembleia para definir se haverá paralisação da categoria. Não há data para o início do movimento, segundo ele.

De acordo com o secretário, os policiais querem reajuste salarial, melhores condições de trabalho, a nomeação de agentes que passaram em concursos públicos e seleção de novos profissionais. Castelo Barros acrescentou ainda que será respeitada a legislação, que determina que 30% do efetivo policial fique em alerta e na ativa, mesmo quando há greve.