Mais conhecido ultimamente pelas confusões em que se mete do que pelo belo futebol jogado no passado, Adriano, atacante do Corinthians, foi acusado de ter efetuado, acidentalmente, um disparo contra Adriene Cyrilo Pinto. A jovem de 20 anos teve a mão esquerda atingida e passou por uma cirurgia na tarde de ontem, no Hospital Barra D;Or, na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, para reverter uma fratura exposta. A assessoria de imprensa da unidade médica informou ser impossível dizer se Adriene ficará com sequelas.
De acordo com os primeiros relatos da moça, que seria uma amiga do jogador, Adriano estava brincando com uma pistola calibre .40, dentro do carro, na saída de uma boate na Barra, quando a arma disparou. Informações preliminares da Polícia Militar apontam que, além dos dois, estavam no automóvel ao menos outra jovem, identificada como Viviane Faria de Fraga, e o tenente reformado da corporação Júlio César Barros, 52 anos, apontado como segurança do jogador e dono da arma. A presença de mais uma terceira mulher não é descartada na BMW modelo 550i com placa de São Paulo.
A amigos, Adriano teria negado a autoria do disparo, alegando que ele estava no banco da frente, enquanto Adriene ocupava o de trás, acrescentando que ;tiro não faz curva;. Segundo pessoas próximas, o Imperador, como é conhecido, afirmou que era a moça quem brincava com a arma quando o tiro foi dado. Para evitar mais exposição, Adriano teria destacado ainda que não compareceria à 16; Delegacia de Polícia, que assumiu o caso, mas que se os agentes quisessem procurá-lo em sua casa na Barra da Tijuca, ele estaria à disposição.
Todos estavam saindo da boate Barra Music no momento do disparo que atingiu Adriene. Ela deu entrada no Hospital Barra D;Or por volta das 6h de ontem, acompanhada de um rapaz não identificado, segundo a assessoria de imprensa da unidade médica. Como de praxe em casos de vítimas que chegam por conta de disparos de arma de fogo, o hospital acionou a delegacia mais próxima. E os agentes colheram os primeiros relatos de Adriene, que foi atendida na emergência antes de ser encaminhada ao centro cirúrgico. A reportagem tentou contato com o delegado de plantão da 16; DP, mas não teve retorno. Nenhum representante do Corinthians foi encontrado para comentar o episódio.
Imperador
Prestes a completar 30 anos, em fevereiro próximo, Adriano ganhou o apelido de Imperador (ou L;Imperatore) quando jogava na Inter de Milão, na Itália, em 2004. A alcunha é uma alusão ao imperador romano Adriano. Pelo time italiano, conquistou títulos importantes, como as Copas Italia 2004/2005 e 2005/2006. Chegou à marca impressionante de 15 gols em dezesseis partidas disputadas pela Inter.
Como grande parte dos jogadores de futebol no Brasil, Adriano teve uma infância simples na Vila Cruzeiro, considerada uma das favelas mais perigosas do Rio de Janeiro antes da ocupação pelas forças de segurança em novembro de 2010. Começou sua carreira nas divisões de base do Flamengo, tornando-se profissional em 2000 ; quando já foi convocado pela Seleção Brasileira. Além do vigor físico, passou a ser reconhecido pelos fortes chutes com a perna esquerda.
Colaborou Grasiele Castro
As confusões
do Imperador
Além da qualidade técnica como jogador, Adriano é conhecido pelas polêmicas. O atacante já faltou a uma série de treinos nos clubes por que atuou, ficou desaparecido por três dias e não se reapresentou à Inter de Milão em abril 2009, antes de abandonar a equipe italiana e anunciar o fim da carreira ; depois, decidiu jogar pelo Flamengo.
Atualmente no Corinthians, o atacante teve problemas em outros clubes. Em fevereiro de 2009, quando atuava na Roma, foi flagrado no Rio de Janeiro bebendo cerveja pouco antes de ser parado em uma blitz da lei seca, quando se recusou a soprar o bafômetro. Um mês depois, o clube italiano rescindiu o contrato com o Imperador, afirmando estar cansado dos atrasos e das desculpas do jogador.
Em março de 2009, brigou com a então noiva, Joana Machado, em local público. Ele foi acusado de amarrá-la em uma árvore na
favela da Chatuba. O caso foi
parar na delegacia.
Outra das maiores polêmicas envolvendo o atacante foi quando um jornal carioca divulgou fotos de Adriano segurando um fuzil ao lado de um amigo, em maio de 2010. Em outra foto, ele aparece sorrindo e fazendo com as mãos o símbolo ;CV;, da facção criminosa Comando Vermelho.