O atual comandante do 7; Batalhão da Polícia Militar (São Gonçalo), o tenente-coronel Djalma Beltrami, foi preso, na manhã de ontem, durante a Operação Dezembro Negro, comandada pela Divisão de Homicídios de Niterói e da Baixada Fluminense. Beltrami assumiu o batalhão após a prisão do tenente-coronel Cláudio Luiz de Oliveira, acusado de envolvimento na morte da juíza Patrícia Acioli, executada com 21 tiros em agosto. Além do comandante, pelo menos outras 12 pessoas foram presas ; sete delas policiais militares.
As detenções são resultado de uma investigação sobre assassinatos relacionados ao tráfico de drogas. PMs receberiam propina de R$ 160 mil por mês para não impedir a atividade criminosa. Em depoimento, Beltrami negou as acusações. No entanto, de acordo com o delegado Alan Luxardo, da Divisão de Homicídios, existem imagens e provas testemunhais contra ele. Escutas telefônicas autorizadas pela Justiça flagraram conversas de PMs com traficantes. Em uma delas, um policial pede R$ 10 mil para o ;zero um;, como é chamado o comandante do batalhão, e R$ 5 mil para integrante do Grupo de Apoio Tático por semana. Cerca de 100 agentes participaram da operação, cuja investigação começou há sete meses.
Beltrami comandou equipes da Polícia Militar em momentos de grande repercussão, como o massacre da escola de Realengo, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Mas ele é bastante conhecido como juiz de futebol, profissão que exerceu durante 22 anos.