O prefeito do Rio, Eduardo Paes, disse que a situação da capital fluminense em relação à dengue é mais grave do que a anunciada na semana passada pelo Ministério da Saúde. Segundo a pasta, o Rio é um dos municípios em estado de alerta de epidemia da doença.
;Na nossa visão [prefeitura], a situação do Rio é mais crítica do que a colocada pelo ministro da Saúde. Acho que cidade deve ser classificada como cidade de alto risco de epidemia e a população deve estar informada sobre isso;, disse o prefeito.
;Um elemento fundamental na questão da dengue é a transparência e a informação, por isso, a partir de hoje, divulgaremos toda a terça-feira um boletim da dengue;, destacou na cerimônia de lançamento do primeiro boletim.
Na semana passada, foram notificados 173 novos casos da doença no Rio. Ao longo de 2011 (janeiro a primeira semana de dezembro), foram 74.232 casos e 51 mortes (registradas antes de 1; de agosto). O maior número de casos está concentrado em Campo Grande, na zona oeste da cidade, onde 14 mil pessoas foram diagnosticadas com dengue.
;Os números de dezembro estão baixos, em comparação com a média anual, mas é o esperado para essa época do ano. Os meses de pico são março, abril e maio. E foi assim nos anos anteriores de epidemia. Se cuidarmos agora, não haverá epidemia em março, abril e maio;, declarou o prefeito.
O secretário Hans Dohmann explicou que o Ministério da Saúde usa como critério apenas o Índice Rápido de Infestação por Aedes Aegypti (Liraa), que mede a gravidade de risco de dengue pelo percentual de domicílios infestados com ovos e larvas do mosquito. Os municípios em situação de risco têm acima de 3,9% de seus domicílios infestados, já aqueles em situação de alerta, entre 1% e 3,9% das casas. Infestação abaixo de 1% é considerado satisfatório. Os dados da Liraa mostram que o Rio tinha 2,4% de casas infestadas em 2010 e que em 2011 esse percentual caiu para 2%.
;É um índice importante, mas não é o único, então, quando somamos todas as informações coletadas na cidade, de fato, mantemos um alto risco para o Rio;, alertou Dohmann.
Os 20 polos de hidratação, instalados desde 26 de novembro na cidade, já receberam 1.992 atendimentos. De acordo com Dohmann, cerca de 6 mil profissionais de saúde foram treinados para diagnóstico específico e tratamento à dengue nas últimas semanas, sendo 1.600 só na semana passada. ;Mais importante do que diagnosticar é hidratar e as clínicas da família também estão aptas a fazer esse trabalho.;
O secretário destacou que existem 440 pontos estratégicos, como cemitérios, chafarizes, estádios, ferros-velhos, distribuídos pelo município que passam por constantes vistorias para não se transformarem em focos de criadouros do mosquito. A partir do dia 20, carros com fumacês (inseticidas) vão entrar em operação nas áreas mais críticas. ;Esses fumacês têm consequências ambientais e só matam o mosquito. Por isso, vamos priorizar algumas áreas. A solução é combater a larva do mosquito, esse é o foco.;
Os boletins da dengue serão divulgados toda a terça-feira a partir das 15h, no site da Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil (www.rio.rj.gov.br/web/smsdc), com informações sobre a doença e ações de combate e prevenção na cidade. A população também pode ligar para o telefone da Central de Atendimento ao Cidadão (1746) para tirar dúvidas e informar sobre focos de criadouros do Aedes aegypti.