Jornal Correio Braziliense

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PF prende quatro servidores federais em operação contra fraudes

Três advogados e quatro servidores federais ; três do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e um do Ministério do Trabalho ; estão entre os presos nas duas operações deflagradas hoje (13) pela Polícia Federal para combater crimes contra a Previdência Social na região sul-fluminense. Ao todo, foram cumpridos 14 mandados de prisão temporária e 40 de busca e apreensão nas operações Inserção e Cigarra, realizadas a partir de investigações que identificaram três quadrilhas especializadas em falsificar vínculos empregatícios para obter benefícios indevidos, como aposentadorias.

;Nós decidimos deflagrar as duas operações no mesmo dia porque as quadrilhas tinham um suspeito em comum;, disse a chefe da Delegacia da Polícia Federal em Volta Redonda, Carla Dolinski. Segundo ela, os grupos atuavam em uma região muito ampla: oito municípios do sul do estado (Volta Redonda, Barra Mansa, Barra do Piraí, Resende, Piraí, Pinheiral, Paraíba do Sul e Angra dos Reis); cinco da região metropolitana (Nova Iguaçu, Duque de Caxias, Queimados, São João de Meriti e Niterói), e também Juiz de Fora (MG).

As duas operações contaram com o apoio do Ministério Público Federal e da Previdência Social. Além das prisões, foram apreendidas armas, munições, computadores e documentos, entre eles carteiras de Trabalho em branco.

As investigações tiveram início há cerca de um ano, a partir de uma denúncia do próprio INSS. Durante os inquéritos policiais, um beneficiário foi ouvido e apontou alguns suspeitos. ;A partir daí, as investigações prosseguiram com escutas e vigilância, até chegarmos aos principais integrantes das quadrilhas;, contou Carla Dolinski.

Os envolvidos no esquema inseriam vínculos de trabalho fictícios na carteira para conseguir o benefício previdenciário. "Apuramos ainda mais um crime, de fraude no seguro-desemprego, que era praticado no posto do Ministério do Trabalho de Barra do Piraí, também com a inserção de falsos vínculos empregatícios;, explicou a delegada.

[SAIBAMAIS]De acordo com Carla Dolinski, cada benefício concedido ficava entre R$ 2 mil e R$ 3,7 mil, pagos mensalmente. Ela disse que ainda não há um cálculo do prejuízo que as fraudes causaram aos cofres da Previdência, mas acredita que sejam ;milhões de reais;. A delegada informou ainda que as investigações prosseguem, a fim de identificar outros beneficiários da fraude. ;Uma vez identificados, esses benefícios serão imediatamente suspensos;, destacou.