Jornal Correio Braziliense

Brasil

Cai o número de mortes violentas no Brasil, mostra relatório


Apesar de o índice de óbitos violentos estar em queda no Brasil desde 2002, nas regiões Norte e Nordeste, ele aumentou de 2009 para 2010. No Norte, o índice envolvendo homens passou de 16,9% para17,8%; no Nordeste, de 15,5% para 16,4%. O estado com mais ocorrências de morte violenta de homens é o Amapá, com 24,4%, seguido por Alagoas, 23%, e Mato Grosso, 22,3%. Já no caso das mulheres, as unidades da Federação onde elas estão mais expostas são Mato Grosso, 7,3% e Maranhão, 6,4%.

Um relatório também divulgado ontem (30) pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), confirma o fato de que os brasileiros do sexo masculino são mais suscetíveis à violência, principalmente os jovens. O relatório destaca que, no Brasil, ao contrário da maioria dos outros países, os homicídios superam os acidentes de trânsito como primeira causa de mortalidade na adolescência ; em média, a cada dia, são assassinados 11 adolescentes no Brasil.

Entre as unidades da Federação, o Espírito Santo apresenta a maior taxa, com 54,7 de homicídios para cada 100 mil habitantes. O Distrito Federal é o segundo da lista, com 36,6 ; quase o dobro da média nacional. ;Eu só posso dizer que todas as estatísticas mostram que desigualdade leva à violência. O DF, infelizmente, apresenta taxas de desigualdade altas relativas a muitos indicadores. Talvez, um caminho para a reflexão;, destacou a representante da Unicef no Brasil, Marie-Pierre Poirier.

Análise feita também por Israel Victor de Melo, 16 anos, integrante do projeto Onda: Adolescentes em Movimento pelos Direitos, do Instituto de Estudos Socioeconômicos: ;Sou adolescente e morador da Estrutural. Eu presencio e vivencio diversas violações de direitos. Não adianta pensar que o DF tem a maior renda per capita do Brasil se as cidades daqui presenciam a concentração de renda. Enquanto não houver distribuição, não vai existir riqueza, vai existir violência;. Apesar de alertar para as mortes, a representante da Unicef no Brasil destacou que a taxa de homicídios entre adolescentes de 12 a 17 anos (por 100 mil adolescentes) se manteve constante em 19,1 entre 2004 e 2009.


Cor da pele
As desigualdades étnicas também se refletem nos indicadores de violência. O relatório da Unicef aponta que, segundo o Índice de Homicídios na Adolescência, o risco de um jovem negro com idade entre 12 e 17 anos ser vítima de homicídio é 3,7 vezes maior em comparação com os adolescentes brancos.


36,6
Quantidade de adolescentes assassinados no Distrito Federal a cada grupo de 100 mil jovens, segundo a Unicef