Jornal Correio Braziliense

Brasil

Quase 59% das estradas brasileiras estão são regulares, ruins ou péssimas

Após mobilizar 17 equipes, que percorreram, durante 39 dias, os 63 mil quilômetros de rodovias federais e 29 mil das principais estradas estaduais, a Confederação Nacional dos Transportes (CNT) conclui que a condição das rodovias brasileiras não melhorou. O cenário é alarmante: 58,8% delas foram consideradas regulares, ruins ou péssimas.

Para o diretor executivo do CNT, Bruno Batista, o mais grave é que, em 2011, houve investimento recorde em rodovias, R$ 9,85 bilhões. ;A grande preocupação do setor transportador é que, no ano em que o governo mais investiu nas rodovias, o cenário não muda. Isso mostra que o governo não está investindo de forma correta;, avalia. Bruno aponta como possíveis causas a falta de fiscalização e a má qualidade na execução das obras.

A pesquisa fez uma avaliação dos impactos econômicos das más condições das rodovias. O primeiro deles é com relação à demora na conclusão das obras, já que uma pista com buracos reduz a velocidade média dos veículos de 31,7km/h para 8,7km/h. Outro custo grave diz respeito aos acidentes e às mortes nas rodovias. Só nas federais, foram registrados 183 mil acidentes em 2010. Os gastos envolvendo os acidentes com mortes, levando em conta o dinheiro usado em hospitais, danos patrimoniais e impactos ambientais, foram de R$ 4,1 bilhões. O prejuízo total nas estradas pavimentadas foi de R$ 14 bilhões, valor superior ao investido em melhorias.

Dos 407km avaliados no Distrito Federal, nenhum trecho foi considerado em péssimo estado e a porcentagem dos trechos ótimos, 17,4%, é maior que a média nacional. Mesmo assim, o DF aparece com avaliação negativa no ranking das ligações rodoviárias. O caminho entre a capital do país e Palmas, que, entre outras rodovias, passa pela BR-010, pela DF-345 e pela GO-118, é a quinta pior avaliada na pesquisa.