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Testemunha de processo que investiga grupo da Polícia Civil é morta a tiros

Diego Bruno de Oliveira levou quatro tiros nas costas em Contagem. A testemunha havia prestado depoimento na semana passada na Corregedoria da Polícia Civil

Uma das testemunhas do processo que investiga três policiais do extinto Grupo de Respostas Especiais (GRE) da Polícia Civil, denunciados por sequestro, tortura, homicídio e ocultação de cadáver, foi morta a tiros nessa segunda-feira. Diego Bruno de Oliveira foi atacado em um salão de beleza no Bairro Confisco, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. A vítima foi atingida por quatro tiros nas costas. A informação foi divulgada pelo presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia, deputado Durval Ângelo (PT), e não foi confirmada pela Polícia Civil.

O parlamentar afirmou enviará um ofício à Secretaria de Defesa Social pedindo agilidade nas investigações sobre a morte da testemunha. Diego Bruno havia prestado depoimento na semana passada na Corregedoria da Polícia Civil, juntamente com outro homem.

De acordo com a delegada Alessandra Wilke, da delegacia de Homicídios Noroeste, a príncipio, a morte do homem não está relacionada com as investigações da GER. ;Não temos confirmação se a vítima era testemunha no caso. No local do homicídio, alguns policiais conversaram com parentes do homem e ninguém informou que ele era ameaçado e nem comentaram se ele tem participação nisso (Caso do GRE);, afirmou. ;Vamos procurar a Corregedoria para ver se confirma a participação dele no processo, mas ainda não há nada de oficial sobre isso;, declarou a delegada.

Relembre o caso

Os agentes da Polícia Civil Gilson Costa, Anderson Marques e Wanderlim de Souza, além de Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, acusado também do assassinato de Eliza Samúdio, foram denunciados em maio deste ano pelo Ministério Público. Eles são acusados de matar Paulo César Ferreira e Marildo Dias de Moura, em 2008.

De acordo com denúncias feitas à Comissão de Direitos Humanos, eles teriam matado os dois homens e dado seus corpos para serem devorados por cães, no então centro de treinamento do GRE, que funcionava de sítio de Bola, em Esmeraldas, na Grande BH. Diego e outro homem teriam estado com as duas vítimas momentos antes de serem obrigadas a entrar em um carro do GRE, nas imediações do centro de treinamento.

O corpo de Diego está sendo velado em Contagem, na Grande BH, e deve ser enterrado ainda hoje no cemitério Bom Jesus, na mesma cidade.