A Divisão de Homicídios (DH) da Baixada Fluminense concluiu o inquérito sobre o desaparecimento e a morte do estudante Juan Moraes, 11 anos, durante uma operação policial, em 20 de junho, na comunidade do Danon, em Nova Iguaçu (RJ), e pediu a prisão preventiva dos quatro policiais militares apontados como autores do crime.
Baseado em laudo de confronto balístico feito por meio das análises das armas dos PMs e das cápsulas encontradas no local do crime, o documento atesta que não houve confronto entre policiais e traficantes, como alegam os suspeitos, e que dois fuzis 762 foram usados no crime, sendo que apenas um deles foi entregue pelos militares à 56; Delegacia de Polícia, em Comendador Soares, onde o caso foi registrado. O outro foi descoberto após perícias em todos os fuzis do 20; Batalhão da Polícia Militar, em Mesquita.
Prazo
Os cabos Edilberto Barros do Nascimento e Rubens da Silva, e os sargentos Isaías Souza do Carmo e Ubirani Soares cumprem prisão temporária desde 21 de julho. Como o período máximo desse tipo de detenção em caso de crimes hediondos é de 60 dias, eles só podem ficar detidos até o próximo dia 21. Se a Justiça decidir pela prisão preventiva dos PMs, como pede a polícia civil fluminense, eles ficarão presos por tempo indeterminado.
O menino de 10 anos desapareceu durante uma suposta operação na comunidade. Dois dias depois, uma ossada foi encontrada em um rio a 2km do local. Inicialmente, a perícia informou que o cadáver era de uma menina, mas voltou atrás e confirmou ter encontrado o corpo de Juan, que foi atingido por um tiro no pescoço.
Propina do tráfico vai dar em demissão
O secretário de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame, disse, ontem, que os policiais envolvidos no esquema de propina na UPP dos morros da Coroa, do Fallet e do Fogueteiro, em Santa Teresa, serão submetidos ;a um processo disciplinar que vai conduzi-los para a rua;. Investigação indica que PMs recebem mesadas de traficantes para não reprimir a venda de drogas. Os valores chegam a R$ 70 mil mensais.